Levar conhecimento técnico para a indústria e ajudar a fomentar toda a cadeia de cerveja foi o que motivou a Firjan SENAI a reunir profissionais do setor no Workshop de Harmonização com Cerveja, em parceria com o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv). O evento, que incluiu harmonização da bebida com alimentos, foi realizado nesta terça-feira (1/10), no Centro de Referência em Alimentos, Bebidas e Panificação da Firjan SENAI SESI Tijuca. A iniciativa também possibilitou networking entre os diversos profissionais, como donos de bar e restaurante, cervejeiros e sommeliers.
Bruno Simenov Thomé, gerente de Relações Governamentais do Sindicerv, reiterou a importância do workshop para a interação entre profissionais do setor, que possui 1.847 cervejarias no país, a maioria micro e pequenas empresas. Em sua apresentação, Thomé fez questão de informar que no Brasil hoje essa indústria gera 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos e representa cerca de 2% do PIB nacional. O Sindicerv representa 85% da indústria de cerveja nacional.
“Nós somos o terceiro maior produtor de cerveja do mundo – perdemos apenas para a China e os Estados Unidos. O crescimento é resultado de todas as políticas que nós temos feito para a longa cadeia de cerveja, que vai do campo ao copo”, acentuou Bruno. O estado do Rio de Janeiro é o sexto da federação com maior número de cervejarias, empregando 175 mil pessoas direta e indiretamente. Já a logística reversa do setor recicla quase 100% do alumínio consumido por cerveja. Em 2022, foram 390 mil toneladas de latinhas no país, que tem 800 mil catadores.
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| Bruno Simenov Thomé, gerente do Sindicerv | Foto: Vinícius Magalhães |
Charleston Agrícola, especialista de Cultura Cervejeira na Ambev, levou a orientação sensorial para o workshop, ao promover a degustação de sabores de alimentos com tipos variados de cervejas. "A experiência apresentada aqui é só um pouquinho do que a cerveja pode entregar”, disse, ao comprovar como o paladar da cerveja pode ser modificado, de acordo com o tipo do alimento degustado na harmonização, seja doce, salgado, azedo, amargo ou umami (o quinto gosto básico do paladar humano).
Zilto Chagas, coordenador de produção da Cervejaria Cidade Imperial, de Petrópolis, observou que a harmonização deixou claro que, às vezes, uma pessoa não gosta de uma cerveja pelo alto teor de amargor, mas muda sua percepção ao combinar a bebida com um determinado prato. “O paladar do público brasileiro está mudando. Eles também buscam variações”, afirmou.
“O workshop foi muito interessante para se ter uma visão do mercado, principalmente com dados sobre o Rio de Janeiro”, acrescentou Cristiano Duhamel, da Fractal Brewery Cervejaria Artesanal, de Niterói, que possui 17 estilos de cerveja.
Dentro da trilha de formação profissional, a Firjan SENAI oferece anualmente o Curso Técnico em Cervejaria, cuja campanha de divulgação 2025 terá início em novembro. Com duração de um ano e meio, 80% on-line e 20% presencial, o curso técnico oferece ao aluno todo o conhecimento necessário sobre a cadeia produtiva da cerveja, capacitando o profissional para atuar como responsável técnico em uma cervejaria. Isso permite que ele gerencie a operação e tome decisões com maior eficiência no dia a dia da indústria. Em novembro, serão realizados os cursos de Aperfeiçoamento; de Análise sensorial; e de Produção de cerveja artesanal. Além disso, a Firjan SENAI também oferece serviços de consultoria voltados para normatização, desenvolvimento de produtos e otimização de processos.
A federação tem como objetivo fomentar o conhecimento em toda a cadeia cervejeira, contribuindo diretamente para o desenvolvimento da indústria. Entre as principais iniciativas estão workshops, palestras e a participação de profissionais renomados do mercado, que compartilham seu expertise. “Essas ações, aliadas ao vasto conhecimento da Firjan SENAI, buscam agregar valor e impulsionar o crescimento da indústria cervejeira, gerando impactos positivos no setor", destacou Bruna Tristão, especialista técnica do Centro de Referência.
