A viabilização da Estrada de Ferro 118 (EF-118), um dos projetos mais estratégicos para o desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro e integrante da Agenda Propostas Firjan para um Brasil 4.0, foi destaque na audiência pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) nesta segunda-feira (27/1), em Brasília. A Firjan defendeu que a execução da EF-118 seja tratada como prioridade, visando conectar os polos produtivos da Região Sudeste por meio da malha ferroviária nacional, promovendo um avanço significativo para a logística e a economia do Brasil.
A reivindicação foi reforçada por Márcio Fortes, assessor de Relações Institucionais da Firjan, que participou da audiência pública e falou também da importância do trecho fluminense entre São João da Barra e Nova Iguaçu. "Essa ferrovia não beneficiará apenas os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, mas impactará positivamente toda a economia brasileira, reduzindo custos logísticos, fortalecendo o comércio exterior e promovendo o desenvolvimento regional", afirmou.
Confira abaixo a íntegra da audiência. A participação da Firjan começa em 1:27:57:
O impacto positivo será sentido em diversos setores, com destaque para a redução de custos logísticos e a otimização da matriz de transporte, conectando portos fundamentais como o do Açu, de Vitória e de Itaguaí, além de outros terminais no Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Trecho São João da Barra - Nova Iguaçu
Contudo, um dos pontos mais críticos pontuados por Fortes foi a questão do "gatilho" para a implantação do trecho entre São João da Barra (Norte Fluminense) e Nova Iguaçu (Baixada Fluminense), essencial para a plena integração da ferrovia.
"Precisamos de critérios objetivos para a implantação do trecho entre São João da Barra e Nova Iguaçu. Quais volumes de carga serão necessários para viabilizar a obra? Qual será a metodologia para monitorar a demanda e determinar o momento adequado para a implantação?", questionou Fortes, alertando para o risco de comprometer a funcionalidade da ferrovia caso o "gatilho" não seja bem definido, limitando a capacidade de escoamento e integração com outros modais. Ele ressaltou ainda que a falta de clareza pode gerar incertezas e desestimular investidores.
Conforme ressaltado por Fortes, o posicionamento levado à audiência representa a opinião conjunta das federações de indústrias dos estados do Rio de Janeiro (Firjan) e do Espírito Santo (Findes), que têm discutido detalhadamente o projeto da EF-118. A parceria entre os dois estados e as federações é fundamental para garantir que a ferrovia seja implantada de forma eficiente e que todos os benefícios esperados para a logística e a economia nacional sejam alcançados.
"Este projeto vai muito além dos dois estados envolvidos, refletindo-se no fortalecimento da economia nacional. A Região Sudeste é responsável por aproximadamente 55% do PIB brasileiro, sendo o Rio de Janeiro e o Espírito Santo estados fundamentais na indústria e na logística do país", afirmou ele.
Após a fase de audiências públicas, as próximas etapas do projeto incluem, no terceiro trimestre de 2025, a análise do Tribunal de Contas da União (TCU), com a publicação do edital no quarto trimestre de 2025. O leilão está previsto para o primeiro trimestre de 2026, e a assinatura do contrato deverá ocorrer ainda no primeiro semestre de 2026, marcando o início de um novo ciclo para a infraestrutura logística do país.