Isaac Plactha, vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente do Conselho de Meio Ambiente da Firjan, na abertura do eventoFoto: Paula Johas
Tecnologias para reutilização de água, dessalinização e soluções baseadas na natureza foram alguns dos temas discutidos por especialistas em meio ambiente e profissionais de instituições públicas, privadas e do Terceiro Setor, no primeiro dia do Seminário de Segurança Hídrica 2024, em 16/4, no Centro de Convenções da Firjan. Com o tema “Desafios e oportunidades na gestão da água”, o evento foi organizado pela federação, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
“Diante da intensificação de eventos extremos, é imprescindível buscarmos soluções para a escassez hídrica. Neste cenário, a Firjan tem o dever de fomentar o engajamento da indústria fluminense nas iniciativas voltadas para boas práticas e segurança ambiental, essenciais para o nosso desenvolvimento, muitas delas apresentadas no guia Bioeconomia, Natureza e Negócios”, disse Isaac Plachta, presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Firjan.
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Lançada na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, em dezembro de 2023, a publicação virtual Bioeconomia, Natureza e Negócios apresenta as possibilidades econômicas de utilização da biodiversidade pelas empresas de maneira sustentável e responsável, mostrando 12 casos bem-sucedidos de empreendimentos sediados no território fluminense. Todas as empresas aplicam diretamente a bioeconomia em seus negócios.
Na abertura do seminário, Juliana Lopes, diretora de Natureza e Sociedade no CEBDS, destacou a importância da segurança hídrica dentro da estratégia de negócios. “O agravamento das mudanças climáticas criou urgência para aprofundar questões desse assunto na pauta corporativa, que tem muito a contribuir com tecnologia e recursos humanos para impulsionar essa agenda”, comentou Juliana.
Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, afirmou que o setor industrial está representado pela instituição no acompanhamento dos atos regulatórios de questões sustentáveis no Congresso Nacional. “Não apenas acompanhamos as comissões, mas trabalhamos nas pautas pela descarbonização e economia circular, entre tantas”, disse Bomtempo.
Bernardo Rossi, secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, afirmou que a segurança hídrica é de importância fundamental para todas as atividades econômicas do Rio de Janeiro. Ele destacou a parceria da Firjan no apoio às iniciativas de sustentabilidade do estado. Segundo Rossi, os planos de contingência desenvolvidos pela Cedae permitem a rápida intervenção e solução de problemas.
Segurança hídrica em um contexto estratégico foi o tema do painel apresentado por Gregory Holliday, diretor do Conselho Mundial de Negócios pelo Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, sigla em inglês), que tem projetos de reúso de água por indústrias e também em algumas cidades. À frente da 50L Home Coalition, uma plataforma que reúne grandes empresas do mundo inteiro em ações para reduzir o consumo de água para 50 litros diários por pessoa, Holliday falou sobre algumas dessas experiências nas cidades norte-americanas de Los Angeles e Phoenix, com modificação de equipamentos hídricos em dezenas de casas.
“Estima-se que dois terços da população do planeta estarão vivendo em áreas com pouco acesso à água em 2025, enquanto 60% das pessoas no mundo todo vão morar em cidades até 2030. Sem ações imediatas, as fontes de água estarão secas em pouco tempo”, alertou Holliday.