Após três quedas consecutivas, a produção industrial brasileira teve variação nula (0,0%) na passagem de dezembro de 2024 para janeiro de 2025, descontados os efeitos sazonais. Essa estagnação reforça as preocupações com o cenário econômico de 2025. A combinação de juros elevados, tensões geopolíticas, disputas tarifárias e incertezas internas, especialmente em relação à sustentabilidade da dívida pública, aponta para uma desaceleração da atividade neste ano.
“Além disso, o Brasil enfrenta um descompasso entre oferta e demanda, o que agrava a escassez de mão de obra e afeta diretamente o setor produtivo. A junção desses fatores mantém o dólar pressionado e leva a confiança do empresário, pelo segundo mês consecutivo, a se manter em patamares de pessimismo”, aponta o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart.
Nesse contexto, a federação ressalta a urgência de implementar uma reforma fiscal crível que permita maior efetividade na contenção do ritmo de crescimento das despesas obrigatórias. Uma base fiscal mais sólida não só possibilitará a redução dos juros, mas também garantirá o uso mais eficiente dos recursos públicos em áreas estratégicas, como inovação tecnológica, infraestrutura e capital humano. Apenas dessa forma o Brasil se tornará mais competitivo diante das incertezas globais, além de ser capaz de garantir elevados níveis de emprego e renda para sua população.