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Firjan / Qualidade de Vida/ Competitividade

Prêmio Firjan Ambiental 2020: projeto de recuperação de manguezais melhora qualidade ambiental do entorno da Baía de Guanabara

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Publicado em 08/01/2021 14:05  -  Atualizado em  10/01/2021 17:17

Às margens da Baía de Guanabara, num cenário verde pouco explorado, biguatingas e marrecas-caneleira, entre outras espécies ameaçadas de extinção, dividem espaço com colhereiros e biguás em revoada. E também com peixes, moluscos e crustáceos que ali fazem abrigo, montam berçários e ajudam a compor, neste refúgio, uma fauna riquíssima. Um dos últimos trechos do Rio de Janeiro a apresentar características que remontam à colonização europeia, o desconhecido recôncavo da Baía de Guanabara, na área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim, é palco das ações do Projeto Uçá, da ONG Guardiões do Mar, uma das maiores iniciativas de sociobiodiversidade em execução na região. Graças à sua atuação, que prioriza comunidades de pescadores artesanais e catadores de caranguejo, o Projeto Uçá foi o vencedor do Prêmio Firjan Ambiental 2020, na categoria Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

Criado em 2012 com o objetivo de promover a melhoria da qualidade ambiental em oito municípios na região da bacia contribuinte da Baía de Guanabara, o Projeto Uçá tem patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental. Em suas ações de manutenção e monitoramento de manguezais, de educação ambiental e produção de conhecimento científico de forma sustentável, prioriza povos tradicionais e unidades de conservação parceiras. Desde a sua criação, foi responsável pela preservação de sete hectares de manguezais e o plantio de 64.500 mudas; incentivou o turismo de base comunitária, através da realização de cursos e capacitações; retirou cerca de 11.800 quilos de lixo de 12 hectares de manguezais; e atendeu, com bolsas auxílio durante o defeso, 79 catadores de caranguejo e pescadores artesanais.

Segundo o ambientalista Pedro Paulo Belga, presidente da ONG Guardiões do Mar, além de proteger os remanescentes de manguezais do recôncavo, o Projeto Uçá visa assegurar a permanência e a sobrevivência de populações que mantêm relação estreita com o ambiente, vivendo dos seus recursos naturais e mantendo características tradicionais no convívio com a natureza.

“A premiação da Firjan é de extrema importância. Dá visibilidade a regiões fundamentais como o recôncavo, que é de uma beleza incomum. Tentamos fazer com que esses povos que vivem do extrativismo tenham emprego e renda a partir da preservação do meio ambiente”, detalha Belga.

Erroneamente associados a locais insalubres e malcheirosos, os manguezais estão entre os ecossistemas mais produtivos do planeta. Contribuem para a biodiversidade de relevância mundial, asseguram a integridade ambiental da faixa costeira e são responsáveis pelo fornecimento de recursos que sustentam diversas atividades econômicas.

“Se não fossem os 7 mil hectares de manguezais do recôncavo, a costa do Rio seria mais pobre no pescado. Temos muito orgulho dessa parceria, na qual perpetuamos espécies e damos condições de vida tanto ao próprio manguezal quanto a quem vive dele”, comemora Alaildo Malafaia, presidente da Cooperativa Manguezal Fluminense, composta por pescadores e catadores de caranguejo, parceira do projeto desde 2013.

Prêmio Firjan Ambiental

Criado em 2013 com o objetivo de difundir e reconhecer ações bem-sucedidas em prol do desenvolvimento sustentável das empresas do estado do Rio, o Prêmio Firjan Ambiental dá visibilidade a instituições que desenvolvem atividades produtivas com base em boas práticas de sustentabilidade. Composta por especialistas, a comissão avaliadora elegeu, na edição de 2020, práticas empresariais seguindo critérios de acordo com a contribuição de cada iniciativa ligada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Além de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos, a premiação destacou ações de organizações fluminenses em outras quatro categorias: Águas e Efluentes; Gases de Efeito Estufa e Eficiência Energética; Resíduos Sólidos; e Relação com Partes Interessadas.

“Ao dar visibilidade a ações dignas de destaque, a iniciativa faz com que outras ações surjam, inspiradas nos exemplos premiados. Estimulamos parcerias e encorajamos outras iniciativas”, acredita Lídia Aguiar, analista de Meio Ambiente da Firjan.

Segundo Lídia, vários critérios foram considerados para eleger o Projeto Uçá vencedor. Além de observar projetos que priorizem as Soluções baseadas na Natureza (SbN), a categoria "Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos" se propõe a destacar ações de valorização da cultura e dos conhecimentos tradicionais e a recuperação de áreas degradadas.

“Ao recuperar uma área degradada, o projeto contribuiu para fortalecer os serviços ecossistêmicos de uma região pouco conhecida, mas belíssima. Além de ser hoje uma das áreas mais limpas da Baía de Guanabara, o manguezal do recôncavo tem alto potencial turístico e de geração de negócios”, destaca Lídia.

Em sua 8ª edição, o Prêmio Firjan Ambiental já contemplou 441 iniciativas que trouxeram resultados importantes. Com elas, o estado do Rio deixou de emitir cerca de 4 milhões de toneladas de CO²; e aproximadamente 439 milhões de toneladas de resíduos foram recicladas nesse período graças às ações premiadas.

Edição 2021: inscrições abertas

Até 26/4, podem se inscrever para a 9ª edição empresas, associações, sindicatos, instituições de pesquisa, terceiro setor, universidades e demais instituições com projetos concluídos ou em fase de implantação, implementados no estado do Rio, com resultados mensuráveis em 2019 e/ou 2020. O regulamento completo do Prêmio está disponível aqui

 
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