O que o Rio precisa para se tornar uma Soft Power House foi o que especialistas debateram no Pensa Rio, em 14/07. Soft Power é levar o poder de influência de um lugar, por meio de sua cultura, para atrair visitantes e investimentos. “Uma nova diplomacia, que significa ao contrário do Hard Power (poder bélico). As expressões culturais podem atrair pessoas para estudar, trabalhar e visitar os lugares. O Rio é berço do samba, do choro, da bossa nova, do funk”, definiu Alessandra Baiocchi, professora de Administração de Empresas pelo IAG/PUC-Rio.
José Luiz Alquéres, presidente do Conselho Estratégico da Casa Firjan e curador do evento, defendeu: “É a cultura que vai fazer o Brasil ser o que é. O que o estado eficiente pode fazer pela cultura? Precisamos não só de eventos, mas de um calendário encadeado e contínuo”. A professora Andressa citou o exemplo de Montreal, no Canadá, que se preparou mais de 10 anos para se tornar uma metrópole cultural. É preciso planejamento, ambiente de negócios, comunicação estratégica, criação de roteiros de experiências e uso da tecnologia como aliada.
“A economia criativa nunca foi considerada pelos governantes como algo fundamental. Gostaria que fosse criada uma supersecretaria da área. Precisamos de ações conjuntas entre o empresariado e o governo. Atualmente, o empresário rema, literalmente, sozinho. O Rio tem potencial, mas está caminhando para perder 100% da área de economia criativa”, desabafou Luiz Calainho, empresário, controlador na L21 Corp. e ex-vice-presidente da Sony Music Entertainment.
Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura do Estado de São Paulo, detalhou a experiência paulista de longo prazo: “Precisa ter uma agência que coordene, planeje e implemente a política transversal da cultura. Com a indústria de musicais na cidade de São Paulo, tivemos o resultado positivo de R$ 16,17 para cada R$ 1 de incentivo fiscal”. Sá Leitão elogiou o centro de pesquisa e estudo da Firjan, que é referência já há muitos anos na coleta de dados da economia criativa de todo o Brasil.
A necessidade de apoio público à economia criativa foi reforçada por Leonardo Edde, presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual e vice-presidente da Firjan.“Se o Rio não tratar a indústria cultural como de ponta, não vai pra frente. Já temos as características da indústria 4.0 e o poder de defender o idioma e a soberania nacional. Hoje, com todas as formas possíveis de distribuição de informação é preciso existir também um ecossistema de negócios seguro”.
Mediadora do evento, Júlia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan, pontuou que muitas pessoas da plateia virtual acreditam que o carioca tem que voltar a sentir orgulho da cidade.
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