A pandemia da Covid-19 mostrou como o país está dependente do mercado internacional para adquirir insumos, fármacos e equipamentos de ponta. Isso comprova a urgência do fortalecimento da indústria nacional para gerar autonomia tecnológica do Brasil na área da saúde. Para discutir se “o Rio pode sediar o Complexo Industrial da Saúde”, o Pensa Rio reuniu especialistas nesta quarta-feira, 28/04, sob a mediação de Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan.
“O mais fundamental é perguntar por que nós dependemos de importar insumos farmacêuticos ativos para produzir imunizantes. O Brasil já foi um grande produtor de insumos e hoje é responsável só por 5%”, questiona Josier Vilar, presidente da Iniciativa FIS e especialista em crise na saúde.
O Complexo Industrial de Saúde deve ser dividido em quatro eixos: farmoquímico e tecnológico (indústrias de medicamentos); equipamentos eletrônicos (respiradores, ressonância magnética, gases); assistencial (ambulatórios, hospitais, laboratórios); e informação e análise de dados (telemedicina, algoritmos).
“A gente tem o futuro para construir, que é inovação, cuidado ambiental e com a saúde. É preciso transformar os problemas em oportunidade. O Complexo Industrial da Saúde mobiliza 9% do PIB nacional e vai chegar a 15%”, prevê Carlos Gadelha, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz.
“Para o Rio sediar esse complexo é preciso uma articulação entre iniciativa privada, academia e governos estadual e municipais. Somos o segundo estado do país em número de empresas farmacêuticas. Temos importantes universidades e centros de pesquisa”, analisa Julia Paranhos, professora e pesquisadora do Instituto de Economia da UFRJ.
Este ano, a Alerj aprovou a Lei n° 9.244, que dá margem de preferência para a aquisição de produtos, insumos e fármacos produzidos no estado do Rio. “Essa lei foi proposta por 20 deputados e coloca o Complexo Industrial da Saúde como prioridade. O objetivo é comprar do estado do Rio”, explica Gadelha.
José Luiz Alquéres, presidente do Conselho Estratégico da Casa Firjan, acredita que é preciso “reagir rapidamente para a questão da saúde, assim como reagimos para a fome”. Curador do Pensa Rio, ele lembrou a campanha SESI Cidadania Contra a Fome, da Firjan, que está recolhendo e distribuindo alimentos não perecíveis em parceria com o Viva Rio, União Rio e Caminhão da Misericórdia, da Comunidade Olhar Misericordioso. Para doar acesse: https://sesicidadaniacontrafome.firjan.com.br/.
O Pensa Rio acontece todas as quartas, às 11h30, no canal da Firjan no YouTube.
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Nova Economia: O Rio pode sediar o complexo industrial da saúde? | Casa Firjan