As estatísticas confirmam o aumento da população acima dos 50 anos e isso traz reflexos no mercado de trabalho e na economia como um todo. A longevidade maior proporciona o encontro de faixas etárias e vivências distintas dentro de uma mesma empresa. O que parece ser a fórmula ideal, por unir experiência e a busca pela inovação, também pode ser um obstáculo a ser transposto. Por isso, é importante compreender o que cada geração tem a oferecer e construir pontes para crescer. Geração X, Y e Z: benefícios da colaboração entre gerações foi o tema da última edição do Pensa Rio de 2021, exibida ao vivo no canal da Firjan no YouTube.
Mediado por Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan, e com curadoria de José Luiz Alquéres, presidente do Conselho Estratégico da Casa Firjan, o encontro virtual recebeu três especialistas sobre o tema: Márcia Tavares, fundadora da WeAge, pesquisadora e professora; Pedro Salomão, pensador, palestrante e autor na Lyderez Seminários e Palestras; e Ricardo Krause, psiquiatra e 1º secretário da Associação Brasileira de Neurologia, Psiquiatria Infantil e Profissões Afins (Abenepi).
Alquérez destacou as diferenças de expectativas e objetivos entre as gerações. Ao contrário dos baby boomers (crianças nascidas no Pós-Guerra), as gerações seguintes não veem, por exemplo, tirar uma carteira de habilitação e ter um carro como símbolos de emancipação.
Salomão, por sua vez, exaltou o tipo de liderança que pessoas da geração Z exercem, menos pautada em valores físicos ou intelectuais, mas mostra certa preocupação com o pouco apreço em relação ao passado. “A ruptura com a ancestralidade cria uma vazio que me assusta”, admitiu.
Krause lembrou que a relação com o trabalho mudou ao longo dos tempos. “Na geração dos baby boomers havia aquele ideal de chegar a uma empresa e ficar nela até se aposentar. Já as gerações X e Y aceitam a estabilidade, desde que acoplada ao crescimento profissional. Mas na Z a ideia de ficar muito tempo em um mesmo lugar é inconcebível”, comparou.
“Viver mais tempo significa envelhecer, e essa vida mais longa traz desafios. O principal deles é como lidar com as diferenças. Cada fase da vida tem suas potencialidades e as conexões entre gerações ajudam na família, no trabalho. Mas é preciso estar atento ao que o outro diz”, pontuou Márcia, lembrando que muitas empresas que adotaram a política de contratar funcionários 50+ acabaram demitindo esses colaboradores por não estarem cumprindo objetivos.
“Mas será que essas empresas mudaram seus processos para essa nova realidade? Ou até que ponto esses trabalhadores estavam dispostos a adquirir novos conhecimentos”, provocou.
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