Com o objetivo de impulsionar a troca de ideias de forma livre e franca entre mulheres que trabalham em empresas e instituições brasileiras e japonesas, o Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro e o REN Mulheres (Rede Nikkei do Brasil) realizaram o evento “Mulheres na Liderança”, com o apoio da Firjan, representada pelo Conselho Empresarial de Mulheres. O encontro, que aconteceu em 10/2, na Casa Firjan, foi marcado por debates sobre desafios e habilidades do empreendedorismo feminino.

“Fazer essa troca com uma cultura milenar e tão diversa da nossa é muito bom, principalmente quando entendemos que as dores são muito parecidas, independentemente de estarmos no Brasil e eles do outro lado do mundo, no Japão. É uma experiência enriquecedora que poderemos levar para o Conselho de Mulheres e ter vários desdobramentos", afirmou Carla Pinheiro, presidente do Conselho de Mulheres da Firjan e também do Sindicato das Indústrias da Joalheria e Lapidação de Pedras Preciosas do Estado do Rio de Janeiro (Sindijoias).

Após falar sobre sua trajetória e ascensão, que começou num mundo predominantemente masculino, Carla Pinheiro alertou que a presença feminina em cargos gerenciais deve ser olhada não só pelo recorte de gênero, mas também pelo racial e social. Ela destacou que o Brasil tem evoluído muito nessa temática, para que as mulheres conquistem cada vez mais postos de liderança.

“As mulheres desempenham papel cada vez mais importante na sociedade em todo o mundo. Por isso é muito significativo promover network de mulheres na liderança através desse tipo de encontro, enfatizou o cônsul-geral do Japão no Rio de Janeiro, Takashi Manabe, na abertura do evento. Após lembrar que este ano o intercâmbio de amizade Brasil - Japão comemora 130 anos, desejou que as relações entre Brasil e Rio de Janeiro se fortaleçam cada vez mais.

Reiko Kawamura, representante sênior da Jica, agência Internacional de Cooperação do Japão no Brasil, informou que metade dos funcionários da instituição no Brasil e na matriz é feminino e 30% das lideranças são mulheres, mas acredita ser importante avançar ainda mais. Reiko também alertou que as mulheres precisam entender que a carreira tem fases diferentes: se deve acelerar quando é possível e desacelerar quando for necessário. 

O encontro também contou com palestra de Danni Suzuki, atriz, diretora e roteirista, para quem a liderança exige inteligência emocional. Além disso, destacou que é preciso aprender a lidar com a solidão. “A vida na liderança funciona junto com a solidão, porque certas decisões nem sempre deixam uma pessoa que você ama feliz. Se manter na liderança é difícil, para isso é importante manter um equilíbrio mental para poder reger uma empresa, onde se lida com a emoção de muitas pessoas. É um trabalho diário que precisa sempre se renovar”.