No lançamento da Agenda de Propostas Firjan para um Brasil 4.0, nesta quinta-feira (18/08), na sede da federação, o painel “Indústria forte, país mais produtivo” trouxe questões importantes para a concretização da agenda de política industrial em nível federal e estadual. Mediado por Rodrigo Santiago, presidente do Conselho de Economia da Firjan, os empresários debateram inovação, governança, sustentabilidade e sistema tributário para alavancar a economia brasileira.
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Júlio Talon, presidente da GE Celma e presidente da Firjan Serrana, destacou a importância da capacitação profissional, que faz parte do pilar Capital humano. O empresário disse que a parceria com a Firjan SENAI, ao longo de mais de 25 anos, garante a formação de aprendizes e dos próprios colaboradores. “Só temos joias entre os aprendizes e tudo o que queremos está em nossas mãos. A GE Celma não estaria onde está hoje se não fosse a Firjan SENAI”, pontou.
Para um ambiente de negócio favorável, outro pilar do documento, que afeta a produtividade agregada, Talon chamou a atenção para a necessidade de investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T,I). “Nas próximas décadas, teremos motores de aviação com 20% menos gastos de combustível, ao utilizar fontes alternativas como óleos vegetais. Isso já será um diferencial competitivo para o mercado de aviação pisar no acelerador com os dois pés”.
Aprovar a reforma tributária é um dos itens mais relevantes pleiteados pelos empresários. O sistema tributário brasileiro deve ser renovado, salienta Alexandre D’Ambrosio, vice-presidente executivo de Assuntos Corporativos e Institucionais da Vale, “para simplificar todo o processo, pois, com toda essa complexidade, os investidores estrangeiros se afastam”. Conforme contou, a Vale conta hoje com 110 profissionais nessa área, sendo dois dedicados no Canadá, dez na Suíça, cinco na Indonésia e o restante no Brasil.
Além disso, D’Ambrósio ressalta que a inovação, tema tratado no âmbito do pilar Ambiente de Negócios, é o futuro do país. “A inovação não trata somente de tecnologia. São formas e novos processos, pensando nas pessoas com foco na produção, revendo protocolos de segurança”.
Rafael Chaves, diretor de Relacionamento e Sustentabilidade da Petrobras, comentou que é mandatório tratar da questão da inovação. “O Cenpes/Petrobras, localizado na Cidade Universitária (Fundão), desenvolve uma patente a cada três dias. Assim, temos ganho de produtividade, num ambiente de negócios sustentável”. Disse ainda que todas as formas de produção de energia coexistirão, com energia limpa, barata, como também a segurança energética. A discussão também perpassa pela sazonalidade. “Temos de ter um planejamento consciente. Nosso desafio é enorme. O segredo para superar tudo isso é a colaboração”.
O comprometimento com a sustentabilidade e a responsabilidade social de empresas devem ter como foco os critérios ESG (ambientais, sociais e de governança), de acordo com Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração da Ultrapar. “Começando pela governança, tratando os acionistas de modo cuidadoso e consensual. Posturas indispensáveis para esse novo modelo econômico”, pontuou. "A Firjan tem, finalmente, um conjunto de pedidos, reivindicações, sugestões ao governo tanto estadual como federal muito nem formulados, prontos para execução e podem representar uma contribuição importante para os próximos governos", finalizou ele.
Propostas para um Brasil 4.0
Desenvolvido a partir de março de 2022, a construção da Agenda de Propostas Firjan para um Brasil 4.0 envolveu mais de 600 empresários, “uma verdadeira seleção brasileira” de especialistas em diversos segmentos da indústria, segundo Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.
Para Luiz Césio Caetano, vice-presidente da federação e coordenador do Grupo de Trabalho (GT) da agenda de política industrial nas esferas federal e estadual, é uma contribuição do empresariado fluminense para o planejamento de políticas públicas para os futuros governantes. "Destaco, nas nossas propostas, o acesso ao crédito para micro e pequenos empresários; e, para avançar na inovação, a criação de um Fórum Estratégico para formulação de políticas públicas, ligado diretamente ao governador, com a participação de universidades, entidades representativas e empresas”, enfatizou.
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