A Casa Firjan e a Firjan SESI realizaram, nos dias 27 e 28/9, o II Encontro de Educadores do Século XXI, reunindo profissionais da área para dois dias repletos de conteúdo sobre a educação do futuro. Entre os destaques do segundo dia de evento, o painel "Integridade, educação e espiritualidade", no auditório Aquário, com a participação de Maria Cecília Almeida e Silva e de Frei Betto, trouxe discussões profundas sobre a importância da espiritualidade na formação dos jovens. O II Encontro de Educadores do Século XXI faz parte do programa da Firjan SESI – Formação para Educadores, realizado pela Casa Firjan.
 
Ao falar sobre espiritualidade na educação, o escritor e jornalista Frei Betto fez uma distinção entre espiritualidade e religião: “A espiritualidade sempre existiu, desde o surgimento do ser humano. Já a religião é uma institucionalização recente da espiritualidade”. Segundo ele, a espiritualidade é fundamental para desenvolver valores como altruísmo e dignidade, características essenciais para uma educação que não apenas prepara para o mercado, mas forma cidadãos conscientes.

Assista à integra dos debates do 2º dia do evento no Auditório Aquário:

 
Frei Betto destacou ainda os perigos do consumismo e a ilusão de felicidade que ele promove. “O sistema não quer que sejamos cidadãos e cidadãs, quer que a gente seja consumista”, disse ele, alertando que essa lógica reduz o valor do indivíduo a suas posses. A partir disso, ele ressaltou a necessidade de uma educação que forme cidadãos conscientes, capazes de discernir entre o superficial e o essencial na vida.
 
Reitora do Instituto Superior de Educação Pro Saber, Maria Cecília Almeida e Silva enfatizou que “a espiritualidade na educação deve cultivar um entorno que desperte o entusiasmo e a consciência nos indivíduos”. Para ela, essa busca interna é marcada por um desejo profundo e indefinido, transformando os educandos em "peregrinos em busca de um encontro significativo". Enquanto a motivação pode ser externa, o verdadeiro entusiasmo é alimentado por uma força interior que se revela como alma — "uma luz de alegria, confiança e ternura".
 
Maria Cecília pontuou que "o desafio na educação é despertar esse entusiasmo", promovendo relações interpessoais atentas e generosas que engajem os jovens com causas que transcendam o cotidiano. Além disso, afirmou que “a espiritualidade não se ensina; a espiritualidade se vive”, sublinhando a importância de testemunhar esses instantes de conexão.
 
Desde 2023, a Casa Firjan promove debates inovadores entre profissionais da educação. A iniciativa faz parte do portfólio Firjan SESI para Educadores, que promove a formação continuada, a reflexão e a orientação das práticas educativas inovadoras.
 
A programação do segundo dia de evento contou ainda com painéis variados, como “A educação como base dos Direitos Humanos” e “Escola antirracista”. Outros temas discutidos incluíram os desafios contemporâneos do convívio escolar, a educação ambiental como uma abordagem integral e a iniciação científica na educação, refletindo sobre a necessidade de uma formação que prepare os alunos para os desafios atuais.

Leia também: II Encontro de Educadores do Século XXI discute desafios do presente e tendências de futuro