A Firjan SENAI, por meio do Instituto SENAI de Inovação em Química Verde (ISI QV), e a Petrobras disponibilizam gratuitamente o protocolo de base científica para implementação de um novo método de testes em massa de Covid-19. O “Pooling Multiplex” é mais ágil e econômico, permitindo a avaliação de várias pessoas simultaneamente. A metodologia está disponível pelo ISI QV a todos laboratórios especializados no Brasil e no mundo.
O formato em “pool” testa um grupo de pessoas, em lugar dos testes individuais, trazendo maior alcance e escala ao processo. O protocolo do novo modelo de testes funciona como um guia de orientações, reunindo todas as diretrizes e possíveis aplicações, além de validação técnica e científica, necessárias para que laboratórios, empresas e instituições de ciência & tecnologia possam adotar o método.
“É um divisor de águas no enfrentamento da pandemia no Brasil. Esse método tem potencial não só para tornar viáveis os testes em massa, como também poderá subsidiar a tomada de decisão em relação a medidas como lockdown (bloqueio total) ou redução do isolamento social”, explica o pesquisador do Instituto SENAI de Inovação em Química Verde, Sergio Kuriyama.
Redução de custos e aumento da eficiência
“A inovação está na metodologia de testes: as amostras coletadas são testadas e combinadas em misturas de até oito pacientes por vez, em vez de apenas um, economizando tempo. Além disso, a metodologia permite economia no número de reagentes usados – um reagente em lugar de três usados normalmente -, gerando redução adicional de custo”, diz o gerente executivo do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), Juliano Dantas. O novo procedimento permite ainda reduzir a quantidade de análises dos testes do tipo RT-PCR (considerados padrão-ouro para diagnóstico da Covid-19): de três para apenas uma análise por amostra - combinada ou não.
O propósito é aumentar a eficiência dos testes RT-PCR, com redução de custos na aquisição de insumos, além da otimização do uso de laboratórios e de despesas operacionais. Com a diminuição da quantidade de reagentes e de mão de obra, a nova metodologia pode ampliar em até 10 vezes a capacidade de testagem dos laboratórios, dependendo das características da população.
“Na luta contra o coronavírus, um dos maiores problemas que enfrentamos é a escassez de reagentes no mercado para análises das amostras – por ser um insumo muito caro e geralmente importado. Com a nova metodologia de testes, faremos economia de reagentes, ampliando a capacidade de realização de testes na população. Com a estratégia em pool, você testa um grupo maior de pessoas com menos reagentes”, afirma Rubens Akamine, líder do projeto na Petrobras.
Diante disso, o maior benefício será o barateamento das testagens individualmente, tornando o diagnóstico mais preciso acessível a um número maior de pessoas. Essa estratégia se mostra essencial para os programas de testagem em massa dos estados e municípios. Enquanto a metodologia de RT-PCR requer que uma amostra seja testada em três diferentes reações para validação dos resultados, com protocolo relativamente longo, o “pooling multiplex” é mais otimizado, envolvendo apenas uma reação (análise).
Esse projeto é mais uma iniciativa da Equipe Científica de Resposta (ECR) da Petrobras, que, em conjunto com empresas, universidades e instituições de ciência & tecnologia, tem desenvolvido soluções rápidas e viáveis para ajudar a sociedade no enfrentamento à pandemia.
Institutos e laboratórios interessados em ter acesso ao protocolo Pooling Multiplex devem entrar em contato pelo email isi.quimicaverde@firjan.com.br