
Firjan SESI em missão ao Chile, recebida pelo Ministério da EducaçãoFoto: divulgação
A comitiva brasileira, formada por educadores da Firjan SESI, especialistas do PNUD, secretários e representantes das secretarias estaduais de Educação do Brasil, foi recebida pelo secretário executivo do Plano de Reativação Educacional do Ministério da Educação, Joaquín Walker Martínez. A agenda no Ministério, proposta pela Firjan em parceria com o PNUD, foi o último compromisso da imersão educacional oferecida às secretarias estaduais de Educação que integraram o comitê de visita ao país vizinho. “Reformas complexas adotadas pela gestão pública da educação no Chile foram responsáveis por grandes avanços na área em um curto período de tempo. Por isso, estarmos aqui com articuladores, influenciadores e implementadores dessas políticas de educação do Brasil é tão importante. O aprofundamento de conceitos, contextos e reflexões, a partir do que aprendemos aqui, além da própria troca de experiências entre as secretarias presentes, nos abre horizontes para melhorar nosso sistema de ensino”, disse Vinícius Carvalho Cardoso, diretor de Educação e Cultura da Firjan SENAI SESI.
A readequação curricular do Ensino Básico no Chile, feita entre 1997 e 2002, contribuiu para as conquistas que foram somadas a esse trabalho. No país, o planejamento dos projetos pedagógicos ocorre sob a tutela de uma única dependência administrativa, diferentemente do Brasil, onde estados e municípios dividem essas tarefas. O Plano de Reativação Educacional, lançado em janeiro deste ano, é mais uma ação do governo chileno em prol da educação e possui três pilares: o atendimento e reengajamento de alunos excluídos do sistema; o fortalecimento da aprendizagem e das condições de ensino; a convivência e a saúde mental. A criação de um Conselho de Reativação Educacional, também foi instituída como forma de fortalecer o plano. “Esta é uma causa de todo o governo e requer um apoio transversal com articulação e coordenação do Ministério da Educação para mobilizar a capacidade de mais setores, com o objetivo de abordar a melhoria da aprendizagem, convivência, bem-estar e também reconexão e assistência”, explicou Martínez.
Andréa Marinho, consultora de Educação da Firjan SESI e coordenadora do estudo “Combate à Evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, desenvolvido pela Firjan SESI em parceria com o PNUD, define a evasão brasileira como uma tragédia, que perpetua o ciclo de miséria entre a população. “Vivemos num país em que somente 6 em cada 10 jovens com até 24 anos concluem o Ensino Médio. Quem não consegue fechar esse ciclo está mais exposto à marginalidade econômica e social como a falta de boas oportunidades de trabalho, a violência e as doenças advindas da péssima qualidade de vida”, disse Andréa. Um repositório com mais de 100 cases nacionais e internacionais bem-sucedidos no combate à evasão escolar fazem parte do estudo. “Há muito a aprender com o Chile, que tem a menor taxa de evasão da América latina. Aqui, 93,4% dos jovens se formam” enfatizou Marinho.
Durante a imersão, secretários e representantes de secretarias estaduais de Educação puderam se aprofundar e tirar suas dúvidas diretamente com acadêmicos, organizações não governamentais locais e autoridades públicas chilenas em educação presentes na programação do encontro. Os eminentes Cristián Cox e José Joaquin Brunner; o reconhecido professor e pesquisador da Universidade do Chile, Juan Pablo Valenzuelana; a CEO da Fundação Presente, Rebeca Molina, além do ex-Ministro da Educação do Chile, Raul Figueroa, e da coordenadora Nacional da Unidade de Avaliação Curricular do Ministério da Educação, Viviana Castillo, foram alguns dos nomes à disposição dos visitantes para aprofundamento do tema. Presentes nessa discussão estiveram os secretários de Educação Antonio Roberto de Araújo Souza (PB); Felipe Costa Camarão (MA); Maria do Socorro da Silva Batista (RN); Maria Josepha Penella Pêgas Chaves(AM); Sandra Maria Martins Cardoso Casimiro (AP); além de secretários executivos, subsecretários, diretores, gerentes, coordenadores e assessores de outros oito estados brasileiros: Myrian Medeiros da Silva (RJ); Patrícia Morais Coutinho (GO); Helder Nogueira (CE); Nadine Moreira da Silva Botelho (MT); Tárcia Regina da Silva (PE); Janeide Pereira Costa (TO); Gabriela Federman Hoffer (MG) e Rosângela Vargas Davel Pinto (ES). “Os desafios são grandes; a começar por caber um Chile inteiro dentro de alguns dos nossos estados brasileiros. Também somos muito diversos e com características bastante peculiares, o que nem sempre nos permite receber iniciativas replicadas. Porém, não há dúvidas da relevância dessa imersão. Estivemos diante de um grande exemplo mundial em Educação e pudemos ouvir especialistas de alto nível que, com certeza, impactam e enriquecem nosso debate sobre inciativas no Brasil”, concluiu Sandra Maria Martins Cardoso Casimiro, secretária de Estado da Educação do Amapá, acompanhada pelos demais em concordância.