Apresentar as ferramentas necessárias para as empresas fluminenses acessarem o mercado mundial, especialmente aquelas de pequeno e médio porte, foram os objetivos da apresentação “Sua marca no mundo: oportunidades para as empresas brasileiras no mercado internacional”. Promovido pelo Sindicato das Indústrias do Vestuário de Nova Friburgo e Região (Sindvest), o debate reuniu no primeiro dia (9/8) da Fevest 2023 especialistas da Firjan, ApexBrasil, Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) e Sebrae-RJ.

Giorgio Rossi, coordenador da Firjan Internacional, destacou que o principal mercado comprador de moda íntima, praia e fitness fluminense são os Estados Unidos, com quase US$ 4 milhões (58,2% das vendas do Rio), seguido por Uruguai, Portugal, França e Japão. Já o polo de Nova Friburgo exporta, principalmente, para Uruguai, Bolívia, Argentina, Paraguai e Portugal.

Conforme o levantamento da Firjan Internacional, as vendas de Nova Friburgo cresceram quase 50% de 2021 para 2022, com destaque para os seguintes produtos: soutiens, cintas, espartilhos e ligas - US$ 488,5 mil (67,2%); combinações, pijamas e calcinhas - US$ 168,4 mil (40,5%) e fitness e biquinis de malha - US$ 32,6 mil (21,8%).

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Segundo Lilian Kaddissi, da Abit, os atributos de um país podem ser uma das ferramentas a serem usadas pelas empresas que querem ingressar no mercado internacional. Assim, a moda nacional explora as estampas e o lifestyle brasileiro para se posicionar no exterior. Além disso, segundo ela, as marcas nacionais também agregam valor a partir do uso de matéria-prima sustentável, atributo muito valorizado no exterior e que traz diferenciação para o produto brasileiro.

Miriam Ferraz, do Sebrae, concorda com Lilian no atributo sustentabilidade. Ela destaca também que o perfil do consumidor mundial mudou, dando valor também à exposição das peças femininas. “A lingerie e o fitness hoje estão incorporadas no look da mulher, que querem mostrar suas peças”, diz.

Ferramentas

Mariele Christ apresentou as diversas ferramentas usadas pela ApexBrasil para auxiliar as empresas que querem exportar. Ela ressaltou que, com a pandemia de Covid-19, cresceram as vendas pelo e-commerce e o uso de plataformas nacionais e internacionais para esse fim. “São oportunidades para aproveitar o mercado doméstico e internacional para atingir mais clientes em vendas B2B, canais próprios, marketplaces e plataformas especializadas em moda”, acrescentou Mariele.

A ApexBrasil disponibiliza também o PEIEX, um programa gratuito de qualificação para as empresas que desejam exportar. Além disso, a instituição, em conjunto com a Abit, promove o programa TEX Brasil e, com o Sebrae, desenvolve o programa de competitividade e promoção de micro e pequenas empresas do setor têxtil e de confecção. Já a Firjan Internacional presta assessoria técnica às empresas fluminenses de todos os portes por meio das nove Representações Regionais no estado do Rio, além de ações de defesa de interesse, inteligência comercial, capacitação, promoção de encontros de negócios e emissão de Certificados de Origem.

Giorgio Rossi disse ainda que, conforme pesquisa promovida com 300 empresários fluminenses, para o Diagnóstico do Comércio Exterior do Estado do Rio, 71,8% dos respondentes afirmam haver entraves para a exportação; e 82% apontam entraves para importação. São apontados como entraves burocracia tributária e alfandegária ou aduaneira, e custo do frete internacional, ente outros fatores. Ainda conforme o estudo, 84% das empresas fluminenses preveem incremento nas exportações, sem os entraves; e 87% das empresas do estado do Rio preveem incremento nas importações sem os entraves.

Baixe AQUI a apresentação da palestra que contou com a moderação da especialista em comércio exterior do Sindvest, Fabiana Kaiuca.

Leia ainda a reportagem especial da Carta da Indústria sobre a Fevest 2023.