A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que o novo aumento da taxa básica de juros, de 10,75% para 11,25% ao ano, é excessivo diante do atual cenário inflacionário. Dados recentes da inflação oficial do país mostram que, no acumulado em 12 meses, tanto o índice geral quanto os itens mais sensíveis à taxa de juros estão dentro do intervalo da meta para 2024. Além disso, a inflação projetada para o médio prazo, que é o período mais relevante para a definição da Selic pelo Banco Central, também se encontra dentro da margem de tolerância da meta inflacionária.
A federação ressalta que o elevado patamar da taxa de juros inviabiliza uma recuperação sustentável da indústria, em especial da indústria de transformação que há dois anos consecutivos registra queda na produção. Compromete, ainda, os investimentos, que continuam abaixo da média mundial. As incertezas relacionadas à condução da política comercial externa a ser adotada pelo novo governo americano tornam o cenário no médio prazo ainda mais desafiador.
Diante disso, a Firjan reitera a importância da adoção de medidas que reduzam o risco-país. Nesse sentido, uma política fiscal comprometida com a sustentabilidade da dívida pública é essencial para uma redução sustentável das taxas de juros. Sem medidas estruturais de contenção de despesas para lidar com o desequilíbrio nas contas públicas, o país corre o risco de enfrentar uma combinação de juros altos, desaceleração econômica acentuada e um crescimento ainda mais elevado do endividamento público.