Um evento em que futuro é plural. Sob a perspectiva do tema Imaginação para Construir Futuros e mais de cinco horas de conteúdo, o Festival Futuros Possíveis, com público recorde, formado por quase 500 participantes capacitados, provocou o público a perguntar para si próprio: e se?
“O evento mostra o papel da Firjan como norteadora de tendências que terão impacto no nosso futuro, garantindo mais competitividade e autossustentabilidade para as empresas fluminenses. Este ano discutimos como a imaginação é uma importante ferramenta para moldarmos futuros possíveis e prósperos, afinal, o futuro não tem qualquer relação com algo estático ou predeterminado. A relevância desse evento consolida a importância da Casa Firjan como polo de inovação e uma rede de disseminação de conhecimento” orgulha-se Luiz Césio Caetano, presidente em exercício da Firjan.
A 5ªedição do festival instigou o público a enxergar variadas possibilidades para projetarmos e construirmos o futuro que queremos, uma vez que a proposta parte da premissa de que imaginação é a base da criatividade sendo, esta, fundamental aos processos de inovação: seja nas empresas, na sociedade ou, até mesmo, na vida da gente.
Bebel Oschery, gerente de conteúdo e inovação da Casa Firjan, explica que “o tema central foi dividido em três blocos: Imaginar para Inovar, focado no desafio de tornar as empresas mais imaginativas na criação e produtos, serviços e até na remodelagem de processos, usando estudos de futuros associados à imaginação; Imaginar para Viver, um convite à sociedade repensar conceitos de meio ambiente, sustentabilidade, reorganização das cidades, também usando estudos de futuros e imaginação para traçar propostas e, finalmente, Reimaginação, voltado para o indivíduo e pela busca da compreensão do funcionamento da nossa imaginação e do entendimento da interferência da tecnologia e da inteligência artificial nessa nossa competência”. O evento ainda contou com uma programação mão na massa representada por oficinas presenciais e on-line, além de atividades com experiência imersiva e uso de realidade virtual.
Empresas Imaginativas
Angela Oguntala, futurista e fundadora da Greyspace, traz a importância de buscarmos o futuro que queremos eliminando tudo o que não queremos que exista nele, citando o Fórum Econômico Mundial e o relatório de Riscos Globais 2022, quando destaca riscos climáticos extremos, a crise dos meios de subsistência, a erosão da coesão social, doenças infecciosas, deterioração da saúde mental e muito mais. Isso tudo se conecta às empresas com foco em se desenvolverem com olhar de futuro já que, essas, extrapolam os seus domínios diretos para terem um olhar mais apurado de como tudo o que ocorre no mundo impacta sua organização. E, a partir disso, desenvolvem estratégias de mudança e de perenidade.
Macrotendências 2023/2024
Carol Fernandes e Isabela Petrosillo, coordenadora e pesquisadora (respectivamente) do Lab de Tendêncais da Casa Firjan, lançaram o report de Macrotendências 2023/2024, com possibilidades de futuro desenvolvidas a partir de pesquisas e debates entre uma equipe multidisciplinar que envolve antropólogos, técnicos especialistas, designers, entre outros. “O objetivo é fornecer conteúdos que possam servir de base para o desenvolvimento de planejamentos estratégicos”, salienta Fernandes, ao complementar que “os próximos dois anos deixarão mais evidente a necessidade de pensar o mundo em rede, na busca por soluções aos desafios que o planeta está enfrentando. Será necessário experimentar novas formas de produção, consumo, mobilidade, trabalho e relações sociais. Tudo isso centrado no bem-estar coletivo”, conclui.
Outros nomes do FFP
Demétrio Teodorov, futurista e estrategista de negócios, trouxe o olhar sobre como a aplicação dos estudos de futuros nas empresas brasileiras pode gerar insights e criar novos produtos e serviços. Ele estimulou a necessidade da criação de radares de comportamento, de tecnologia e de escuta do cliente para traçar desenhos de futuros;
Rob Hopkins, escritor, estimulou os participantes a liberarem o poder da imaginação para criar soluções para o meio-ambiente. Ele é uma das pessoas que ajudaram a desenvolver os pilares do mundialmente conhecido Movimento da Cidade em Transição, em que busca desenvolver competências comunitárias para que as cidades atuais evoluam para ambientes mais resilientes, regenerativos e sustentáveis. Ele ressalta que a imaginação e a narrativa chegam antes das grandes realizações, pois criam o desejo para a materialização dos fatos e para a superação de desafios para este fim.
Rodrigo Dal Borgo, especialista em governança antecipatória, convidou a repensarmos a organização das cidades e da sociedade, nos aprofundando em temas como repensar a cultura ética organizacional e superar desafios para implementar prospectivas estratégicas em governos, por exemplo. Entre os desafios citados estão a conexão do pensamento prospectivo com ações; desenvolver um ecossistema das prospectivas nos governos e, por fim, adaptar funções governamentais para executar o projeto.
Diego Cortiz, futurista e cientista cognitivo, explanou como a imaginação, sendo uma habilidade humana, nos permite criar mundos. Porém, como exercício de imaginar, depende de memórias, de cultura, do nosso repertório pessoal,podemos e devemos contar com a Inteligência Artificial, como um impulsionador da imaginação. Algo que nos exige uma grande responsabilidade ética também.
Sohail Inayatullah, futurista e cientista político, autor de 25 livros, membro da Cátedra da UNESCO em Estudos Futuros, fechou o evento. Ele chama a nossa atenção para a necessidade de romper com antigos conceitos para implantar o futuro que queremos. E cita exemplos que chama de bifurcação, considerando três grandes crises a serem vencidas: a climática, os sistemas de organização estado-nação e a desigualdade econômica entre as nações.
O conteúdo do FESTIVAL FUTUROS POSSÍVEIS é gratuito. Acesse para ter acesso completo às palestras e aos painéis.