“Deixar o empreendedorismo de necessidade, por sobrevivência, e ir para o empreendedorismo de oportunidade, em que é possível realmente gerar emprego, renda e autonomia financeira”. Assim, Carla Pinheiro, presidente do Conselho Empresarial de Mulheres da Firjan, resumiu o propósito da Feira Sou do Rio, edição Mulheres Empreendedoras, que ocorreu nos dias 7 e 8/9 durante o Experiência Inova, realizado na Casa Firjan, um ambiente de inovação, educação, criatividade e tendências da federação. 
 
O evento, parceria entre a Firjan e o Movimento Sou do Rio, pela primeira vez com uma edição especial dedicada ao empreendedorismo feminino, demonstrou sua importância com grande sucesso de público e expositores. Foram 24 estandes na feira, que valoriza a indústria local e seu encadeamento produtivo e cria oportunidade para as empresárias estarem em contato direto com seu público final.
 
"Estamos testando o modelo, avaliando o retorno das empreendedoras, para pensarmos realmente em como colocar esse evento no calendário do Rio de Janeiro”, esclarece Carla, que é também presidente do Sindicato das Indústrias da Joalheria e Lapidação de Pedras Preciosas do Estado do Rio de Janeiro (Sindijoias).
 
“Muitas dessas mulheres nunca tiveram acesso a um evento como esse. E a inspiração para a criação do evento surgiu no W20 (grupo de engajamento do G20, composto por mulheres) realizado na Casa Firjan, onde mulheres vulneráveis, migrantes e refugiadas relataram que não queriam assistencialismo, queriam um espaço para que pudessem mostrar os serviços, os produtos, o trabalho delas”, ressaltou a presidente do Conselho de Mulheres, que tem como pilar fomentar o empreendedorismo feminino.
 
O evento valorizou a indústria local e empresas associadas à Firjan, com produtos feitos no estado do Rio e por seu encadeamento produtivo, agregando valor às marcas participantes. Além disso, apresentou trabalhos de mulheres migrantes e refugiadas. Em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o evento trouxe brinquedos de madeira feitos à mão por venezuelanas, comida mexicana e roupas coloridas com estampas produzidas no Congo.
 
No estande de nachos e drinks como cantarito, vampirito e micheladas, Karla Omos, há três anos no Brasil, falou da importância da feira para os empreendimentos: “Nos unir nesse tipo de feira dá um gás para nos motivar e é essencial para fazer uma rede de conexões com outras mulheres empreendedoras”.
 
Já Carmen Yanet, que exibiu brinquedos venezuelanos, agradeceu o espaço na feira. A imigrante, que vive desde 2016 no Brasil, disse estar “emocionada com esse espaço, que, além de lindo, traz uma ótima oportunidade”.
 
Para Ramatoulaye Tutsttumu Mokanda, da República Democrática do Congo, há dez anos no país, a feira permite ao empreendedor ficar perto do cliente e mostrar o trabalho que produz, como suas roupas, vestidos e bolsas com tecidos trazidos do Congo.
 
O empreendedorismo é uma forma de geração de renda muito importante para as mulheres migrantes, reforça Letícia Cruxen Godinho, da OIM. "Queremos fortalecer essas mulheres, com todos os valores que trazem dos países delas. E a feira tem uma força enorme. Apreciamos muito o apoio da Firjan em abrir esse espaço”.

Marcele Porto, superintendente Interina de Autonomia Econômica na Secretaria de Estado da Mulher no Rio, e Rejane Ribeiro, coordenadora do Empreendedorismo Feminino da pasta, prestigiaram o evento e falaram com as expositoras sobre as iniciativas e oportunidades que o órgão tem gerado para aumentar o conhecimento delas.

As empresas associadas aos sindicatos Sindanf, Sindijoias, Moda Rio, Sian/Sindipanific e Sigrap que participaram desta edição foram as seguintes: Alus Ateliê, AMMIE, Ativa Sublimação e Personalizados, D&D Barra, Espaço Bijoux, Gávia, Hocus Pocus Cervejaria, Iriana Tortori Joias do Rio, Lucia Perrone Joias, Made4, Maria Padoca/Las Dos, Nuni Acessórios e Quintella Café.

Educação contínua

O Experiência Inova, em conjunto com a Feira Sou do Rio, recebeu quase 3 mil participantes e teve como temática o conceito de lifelong learning, estimulando a criatividade e a curiosidade, com atividades diversificadas em realidade virtual, como uma imersão interativa em um ateliê de pintura ou na máquina de Rube Goldberg, onde era possível montar um circuito com diversos elementos oferecidos. Na atividade Dobrando o Conhecimento, o visitante era convidado a escrever seu sonho no papel e, com a ajuda dos monitores, criar seu próprio Tsuru, um tipo de pássaro, para integrar uma instalação colaborativa de origamis.