Thiago Barral, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apresentou ao Conselho Empresarial de Energia Elétrica da Firjan, em 18/07, o planejamento estratégico e as perspectivas de mudanças no setor. “Estamos em um contexto de transição energética, que não tem a ver apenas com a descarbonização, mas também com uma acelerada inovação tecnológica, digitalização, descentralização e integração de infraestruturas”, observou.
De acordo com Barral, já existem tecnologias de geração inseridas no sistema interligado com baixos custos de produção de energia. No que tange à geração distribuída, os avanços nas medições e nos relógios bidirecionais tornarão o consumidor cada vez mais um agente potencialmente ativo no setor elétrico. Os consumidores passarão a produzir a sua própria energia.
Assim, redesenhar o mercado de energia elétrica, de maneira mais aderente a essas novas tecnologias e novas configurações de matriz, pode ajudar a diminuir o custo da energia, um dos pleitos da Firjan. “A EPE apoia isso. Cada vez mais, o Brasil amplia a participação das energias eólicas e solar, e precisamos nos adaptar. Além disso, apoiamos maior transparência no preço da energia, dos encargos, tributos e subsídios envolvidos, de modo que o consumidor entenda o que está pagando”, afirmou. O Novo Mercado de Gás também deve, segundo Barral, ajudar a diminuir os custos em longo prazo, ao reduzir ineficiências na cadeia e atrair competição de outros players.
A Enel já está de olho nessas mudanças. “Estamos em um momento com muitas novidades, como o mercado livre e geração distribuída ganhando vida. São desafios novos que estamos acompanhando para não ficarmos para trás”, afirmou Josely Cabral, relações institucionais da empresa, para quem o envolvimento da EPE na transição energética e na elaboração de políticas públicas é essencial.
Barral apresentou ainda como estão construindo o Plano Decenal de Expansão de Energia para 2029. O documento é voltado para toda a sociedade, como uma indicação das perspectivas de expansão futura do setor de energia sob a ótica do governo federal. A EPE atua como o braço técnico do Ministério de Minas e Energia.
Sergio Malta, presidente do Conselho, ressaltou a importância de se manter atualizado com as transformações do mercado: “Vamos continuar acompanhando de perto esse assunto e contribuindo para uma energia elétrica mais eficiente e barata”.