O Encontro de Educadores do Século XXI, realizado pela Casa Firjan, nos dias 27 e 28/10, reuniu especialistas nacionais e internacionais em 30 horas de palestras e debates sobre o futuro da educação. Na abertura, no Auditório Aquário, Luiz Césio Caetano, 1º vice-presidente da federação, destacou que a Educação é fator fundamental para o desenvolvimento. António Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa, foi o grande nome do primeiro dia.
No contexto do Ensino Médio, “um grande desafio é melhorar a retenção de alunos. Há grande evasão escolar, sobretudo dos mais pobres. A Firjan oferta educação profissional a milhares de jovens e adultos na Firjan SENAI e tem também avançado na Educação Básica. Dos 12 mil alunos, seis mil estão no Ensino Médio com curso técnico em parceria com a Firjan SENAI, um programa gratuito voltado para adolescentes de baixa renda. Com esse seminário, damos início ao portfólio da Casa Firjan para Educadores, que pretende constituir um desenvolvimento inovador da educação no nosso estado”, explicou Caetano.
Confira abaixo a íntegra da abertura e da palestra de António Nóvoa:
O portfólio vai priorizar a troca de experiências sobre novas práticas educativas entre instituições e profissionais de educação. Seminários, encontros, palestras, cursos, presenciais e online, fazem parte do programa. Em 2024, serão trabalhados temas relevantes e contemporâneos como novas metodologias de ensino, transformação digital, abordagem Steam e maker, cultura na educação, diversidade e sustentabilidade.
Em sintonia com esse projeto da Casa Firjan, a secretária estadual de Educação, Roberta de Oliveira, ressaltou que “é preciso encontrar caminhos que unam iniciativa privada com a pública e a social para trazer um desenvolvimento do conhecimento. A participação da Firjan SESI nesse processo é primordial para construirmos políticas públicas para a educação”.
António Nóvoa: os desafios da Educação no Século XXI
|
Expoente educador, ex-reitor da Universidade de Lisboa e um dos autores de relatório da Unesco sobre o tema, António Nóvoa, enfatizou a importância da instituição escola. “No mundo temos 250 milhões de crianças e jovens fora da escola, 10% dessa população. A tecnologia não é uma solução, é uma ferramenta”. Ele defendeu um novo contrato social da educação, que inclua novos ambientes educativos. “É preciso haver uma pedagogia da cooperação, um currículo em convergência com a realidade. Que os alunos façam projetos, estudem temas, em colaboração com os professores. Conviver com as emoções, para aprender, unindo emoção e conhecimento. Que os professores se envolvam em iniciativas e projetos de mudança, que não fiquem à espera de uma nova política. Só uma escola diferente e transformada poderá enfrentar os desafios do futuro”.
Projetos Firjan SENAI SESI
Leonardo Lapa, gerente de Educação Básica do SESI Nacional, afirmou que o estado do Rio de Janeiro foi o que mais avançou em desenvolvimento linguístico na rede SESI. "A partir disso, podemos discutir com os governos que contribuições que o SESI pode dar. Somos também pioneiros de um acordo com o Google de mais de R$ 100 milhões para o desenvolvimento de tecnologias de educação, como um tutor personalizado. Já adotamos a avaliação de redações com uso de Inteligência Artificial”, revelou Lapa.
“Na Firjan SENAI SESI, podemos criar soluções de educação em escala que possam ser expandidas para o estado. Sem preconceito e amarras em relação à tecnologia e ao humanismo. Adaptação talvez seja a principal regra”, defendeu Vinícius Carvalho Cardoso, diretor de Educação da Firjan.
Já Regina Malta, assessora de Educação da federação, destacou as competências para o futuro do trabalho: “os objetivos do desenvolvimento sustentável, com inclusão social e econômica, a diminuição das desigualdades e o respeito à diversidade e ao meio ambiente, só poderão ser alcançados com uma educação integral para os nossos jovens, que contemple a formação humana, científica e tecnológica”.