
Antonio Carlos Vilela, 2º vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente do Conselho de Energia Elétrica da FirjanFoto: João Gabriel Rothier/Firjan
No evento de lançamento da “Jornada Firjan pela Transição Energética na Indústria” ficou evidente o alinhamento dos palestrantes com a realização de uma transição justa, inclusiva, acessível e segura, com melhoria de qualidade de vida da sociedade. A divulgação da publicação foi realizada no primeiro dia da edição 2025 dos “Diálogos da Transição”, promovido pela Agência Eixos, que debateu, durante dois dias, os caminhos para a baixa emissão de carbono na energia da energia com executivos, autoridades e especialistas. Essa é mais uma ação da Firjan para promover informação qualificada sobre a agenda da COP30.
A segunda edição da publicação reúne contribuições de diferentes agentes estratégicos para a transição energética, com cenários e abordagens sobre os desafios e oportunidades da transição energética no Brasil. O objetivo da Firjan SENAI SESI, que elaborou a jornada, é promover o debate e o compartilhamento de experiências sobre os caminhos para a diversificação, adição, eficiência e integração energética, com redução de emissões.
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, destacou que a federação “trabalha por processos industriais mais eficientes e entende que a transformação do setor energético global é parte de um ecossistema dinâmico. Nossa evolução tecnológica se dá por meio de conhecimentos que vão sendo agregados e aperfeiçoados até que a tecnologia possa se tornar acessível e segura para ser utilizada. Visamos maximizar o aproveitamento do melhor que cada tecnologia e cada fonte energética pode nos oferecer”, explicou, ao se referir ao posicionamento da federação na transição energética.
Caetano reforça que a Firjan apresenta sua visão da transição energética como uma jornada de construção e colaboração entre os diferentes atores e segmentos da sociedade. “A compreensão deste conceito nos leva a oportunizar de forma sustentável, acessível e segura os recursos energéticos do estado do Rio de Janeiro e do Brasil", orienta o presidente.
Felipe Maciel, diretor da Agência Eixos, recordou que o evento “Diálogos da Transição”, que começou nessa quinta-feira (23/10), surgiu em 2018 para discutir a jornada da indústria da energia para a economia de baixo carbono, preparando a sociedade para a transição energética.
“Nosso objetivo é tentar ajudar a sociedade nessa busca pela economia de baixo carbono e obviamente a indústria de energia também tem uma jornada e nós pretendemos estar sempre ajudando na construção do conhecimento, da informação qualificada para essa transição”, esclareceu o diretor da Eixos.
O evento contou com parceria estratégica com a Firjan SENAI SESI, patrocínio da Petrobras, governo federal, Cosan, Acelen Renováveis e o apoio do escritório Mattos Filho. O seminário, que terminou nessa sexta-feira (24/10), discutiu o papel da indústria em oportunidades tecnológicas e as políticas públicas que vão moldar esse novo caminho da descarbonização da energia com executivos, autoridades e especialistas.
Na apresentação da Jornada, Antonio Carlos Vilela, presidente do Conselho de Energia Elétrica da federação, disse que a publicação defende fontes diversificadas de energia e a realização de um processo de transição que seja justo, atento à sociedade, à economia e com qualidade de vida.
“Temos que ter inteligência para combinar fontes, precisamos gastar pouca energia para o trabalho. Isso não pode ser esquecido no processo de transição energética”, advertiu Vilela.
O Rio de Janeiro tem sua vocação com uma base industrial diversificada, disse o presidente do Conselho. Segundo ele, o estado é o berço da energia nuclear, do gás natural, do biocombustível e da energia solar que está proliferando no país, ainda que pouco organizada. “A redução de emissões garante mais competitividade às empresas, atende às metas socioambientais e à melhoria da qualidade de vida”, enfatiza.
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| Emiliano Fernandes, presidente do Conselho de Petróleo e Gás da Firjan | Foto: João Gabriel Rothier/Firjan |
Para Emiliano Fernandes, presidente do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás, a federação construiu seu conceito para a transição energética a partir de evolução e continuidade, por isso o nome jornada.
“A jornada não se esgota aqui, ela continua. Busca trazer a nossa visão cada vez mais ampla da transição energética, indo além de uma simples substituição e adição das fontes energéticas, mas expandindo as discussões sobre todo o contexto que envolve este processo de evolução”, refletiu Fernandes.
O executivo destacou que a indústria do petróleo investe cada vez mais para descarbonizar seus processos produtivos, gerando produtos com intensidades de carbono cada vez menores. “A eficiência vai nos levar a processos cada vez mais inteligentes e com menores emissões. A eletrificação das plantas de processos em plataformas é uma dessas iniciativas, mas existem outras importantes soluções como os tie-backs ”, informou Fernandes.
Já Renato Dutra, secretário Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, falou sobre o papel estratégico da atuação brasileira na transição energética. Ele chamou a atenção para a curva de produção de petróleo e gás ao longo do tempo – um crescimento exponencial até 2030 seguido de uma queda vertiginosa - que coloca em xeque o risco da segurança energética brasileira.
“Para contornar esse problema, é importante repor reservas para garantir, no prazo maior, a segurança energética, que é um dos pilares do sucesso da transição energética no longo prazo”. Além disso, acrescenta, o Brasil tem a seu favor o fato de produzir petróleo com uma pegada de carbono que é quase a metade da média mundial.
Isso favorece o país, diz ele, já que “petróleos de menor pegada de carbono vão desempenhar papel importante nesse cenário de demanda por petróleo resiliente para contribuir com uma descarbonização global, ou seja, se houver petróleo para ser retirado da oferta global, o Brasil não é o primeiro a sair”.
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