A cada 60 minutos, 10 mil recém-nascidos vêm ao mundo. Em 2050, seremos 10 bilhões de pessoas consumindo energia no planeta. “Hoje 80% da energia vêm de fontes fósseis. O maior desafio é o da transição energética. Precisamos fazer algo para ontem”, propôs Daniel?Schumacker, líder de Projeto para Renováveis na?Equinor,?durante o “Diálogos da Inovação - Transição Energética - Noruega”, ocorrido em 07/10. A multinacional estabeleceu metas de emissões zero de carbono até 2050.
Foram debatidos no evento o cenário de desenvolvimento tecnológico nas questões de transição energética, a partir da experiência da Noruega, e os possíveis caminhos alinhados com as necessidades econômicas e climáticas. A websérie é uma parceria da Firjan SENAI com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro(Faperj).
O papel da ciência e tecnologia e das políticas de investimento e inovação para a transição foi destacado por Marianne Jensen, cônsul de Ciência e Tecnologia e representante do?Norwegian?Research?Council?no Brasil. A Noruega é uma nação energética fruto do petróleo e gás. “Apostamos na COP 21, Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, na Escócia. O nosso objetivo é reduzir as emissões em até 55% até 2030”.
A cooperação entre Brasil e Noruega se intensificou desde 2013, em busca de tecnologia e inovação para projetos de energia limpa como eólica offshore, solar e hidrogênio verde. “Queremos ser um parceiro global, exportar tecnologia e também financiar projetos. A indústria ecológica precisa utilizar a competência do setor petroleiro, criar novos empregos e capitalizar investimentos”, afirmou Marianne.
A Equinor, uma das empresas de energia norueguesas que trabalharam décadas com petróleo e gás, agora concentra mais de 30% dos investimentos na área de renováveis. “A eólica offshore requer uma escala de investimentos semelhante à do óleo e gás. Muita gente envolvida, prioridade em segurança e braço forte financeiro. A inovação tem que estar no DNA da empresa para garantir a redução dos custos”, frisou Schumacker.
Para o Brasil, a empresa possui projetos de eólica com torres fixas em águas rasas, que reduzem o custo. A Equinor já instalou usina semelhante na Alemanha. Na Costa entre o Rio e o Espírito Santo, serão quatro gigawatts na usina de Aracatu, em um dos maiores projetos do mundo. Já aplicou no Ibama para iniciar estudos de impacto ambiental.
As pequenas e médias empresas também podem se inserir nos projetos de renováveis, como startups tecnológicas, por exemplo. “É preciso ver a cadeia de fornecedores, entender o que cada elo pode desenvolver. A Firjan está sempre disponível para embarcar nesse desenvolvimento, com novas tecnologias. Trabalhamos bastante no treinamento das novas capacidades também”, explica o mediador Fernando Montera, coordenador de Relações Estratégicas de Petróleo, Gás e Naval na Firjan.
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