A importância das políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para auxiliar na retomada econômica do estado do Rio e do Brasil, a partir de experiências internacionais, foi debatida por especialistas brasileiros e estrangeiros na série Diálogos da Inovação, uma parceria da Casa Firjan com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj), em 04/11.
“A nova geração de inovação tenta solucionar desafios sociais e econômicos e redireciona os esforços para diferentes áreas de tecnologia, criando impacto social em empresas e na sociedade. É preciso evitar o paradoxo da conquista da lua, enquanto há tantos passando fome”, desafia o cientista político Rainer Kattel, professor de inovação e governança pública do Institute for Innovation and Purpose Public na University College London.
Kattel lembrou os esforços de EUA, União Europeia e China para um desenvolvimento mais sustentável e a postura dos governos, com plataforma segura e transparente, que oferece serviços para apoiar a inovação. Já Leonardo Burlamaqui, professor da Faculdade de Economia da Uerj e pesquisador do Levy Economics Institute, de Nova York, acredita que é importante o Brasil seguir as experiências internacionais nessa área de tecnologia e inovação.
“É preciso ter dimensão empreendedora, da pequena à grande empresa. O estado deve ser um facilitador que atua em parceria com o setor privado, em questões ambientais, de emprego, de infraestrutura”, explica Burlamaqui. O pesquisador vê enormes possibilidades no Brasil nas áreas de infraestrutura verde (hi-tech energy), digital, saúde, agropecuária sustentável, turismo, entre outras.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) aposta que as políticas públicas na área de CT&I devem durar pelo menos 20 anos para dar bons resultados. “Governo e sociedade precisam gerar consenso para ter legitimidade nos investimentos. É necessário analisar a capacitação científica e tecnológica da empresa e apoiar universidades e centros de pesquisa”, salienta Rodrigo Secioso de Sá, superintendente de Inovação da Finep.
Em relação ao Rio, Secioso levanta a questão de qual seria o modelo de financiamento para uma política de inovação. Ele enumera as vantagens e desafios que só o estado tem, analisa dados de população, PIB, escolaridade e sugere investimentos em energia, esporte, turismo, saúde, cultura e mídia, por exemplo. “A pequena e a média empresa precisam ter a inovação como estratégia empresarial e aproveitar as oportunidades do setor público, como as da Finep”, diz.
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