
Luiz Césio Caetano, presidente da Firjan, na abertura do Dia da IndústrIAFoto: Vinícius Magalhães
Em homenagem ao Dia da Indústria, a Firjan trouxe para o centro do debate o tema mais tratado na atualidade: a inteligência artificial (IA). Realizado nesta segunda-feira (26/5), o evento em comemoração à data mais relevante do calendário corporativo da instituição reuniu 300 pessoas entre lideranças sindicais, empresários, executivos, além de representantes do poder público. Na ocasião, Luiz Césio Caetano, presidente da federação, anunciou duas importantes iniciativas: o lançamento do edital da Firjan IEL de inovação em IA, com chamada de projetos voltados para pequenas empresas, e a futura inauguração do Centro de Referência DigiTech da Firjan SENAI SESI.
Ao anunciar as novas ações, Caetano explicou que o edital, previsto para agosto, vai promover a aceleração de até 20 indústrias de pequeno e médio porte do Estado, por meio do Conecta Lab, a aceleradora da Firjan IEL. O objetivo é apoiar a adoção de Inteligência Artificial para melhorar a eficiência operacional e o aumento da competitividade.
“A IA agiliza processos, inspira ideias e amplia horizontes para as empresas – mas são os profissionais que fazem a inovação acontecer. A Firjan e suas instituições seguem ao lado de quem impulsiona a indústria para fortalecer o Rio e o Brasil”, justificou o presidente da federação, depois de lembrar que este ano também foi lançado o Observatório Firjan, iniciativa que auxilia o planejamento de empresários e gestores públicos, reunindo dados, tendências e propostas.
De acordo com Caetano, pelo edital lançado, as vinte empresas que cumprirem os requisitos receberão recursos não reembolsáveis de até R$ 50 mil e terão o apoio de mentorias no desenvolvimento dos projetos. No total, será destinado um orçamento de quase R$ 1,7 milhão para esta aceleração industrial com IA.
O novo Centro de Referência DigiTech, na Cidade Nova, será um hub transversal para as indústrias do Estado que buscam inovar e melhorar sua eficiência. O local contará com dez laboratórios em uma área de 2.500 m².
Debates empresariais
No Centro de Convenções, três painéis destacaram estratégias em IA, oportunidades de financiamento e a interface entre empresas e instuições de ensino e pesquisa, reforçando a importância da IA como vetor de desenvolvimento socioeconômico.
No painel sobre IA e Inovação na indústria, Alexandre Monteiro, vice-presidente da Firjan CIRJ e moderador do painel, destacou que o evento trouxe “empresas do setor mineral, de energia, logística, gráfica e serviços para tratar de uma tecnologia, que há algumas décadas era apenas um sonho e um desejo acadêmico, e hoje está no dia a dia de todas as indústrias”.
 |
Alexandre Monteiro, vice-presidente da Firjan CIRJ (à esq.) entre representantes da Vale, Petrobras, Wilson Sons e Gráfica Nova Brasileira | Foto: Vinícius Magalhães |
Um dos temas mais discutidos nessa mesa foi a importância da qualidade da informação: é preciso aprender a coletar e organizar dados para a empresa ser bem-sucedida na estratégia de IA. A propriedade intelectual foi outro tópico abordado.
Alexandre Pigatti, head de Inteligência Artificial e Democratização de Dados da Vale; Luiza Rangel Veloso, head de Tecnologia, Dados e Análise da Petrobras; Ivanir Sérgio Gabriel, diretor de Tecnologia da Informação da Wilson Sons, e Thiago Lund, diretor da Gráfica Nova Brasileira, discutiram as estratégias empresariais baseada em dados e em IA.
Leia também: Financiamentos em IA prometem revolução na indústria brasileira no futuro próximo
Felipe Meier, presidente do Conselho de Competitividade, foi o moderador do painel que tratou da contribução das instituições de ciência e tecnologia para o desenvolvimento em IA. “Foi uma oportunidade de conversar com pesquisadores, cientistas para sabermos como está a preparação a mão de obra para experimentar a IA”, disse.
Entre os temas discutidos, projetos de desenvolvimento da IA no contexto de inovação aberta, a disponibilidade do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em firmar parcerias e apoiar empresas para novos projetos e a pesquisa em IA voltada para aplicação na indústria.
O tema foi debatido por Débora Cardador, gerente de Programas de Inovação do Instituto ECOA PUC-Rio; Márcio Portes de Albuquerque, diretor do CBPF e Claudio Miceli de Farias, professor do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Sistemas e Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
 |
Felipe Meier, presidente do Conselho de Competitividade (ao microfone) acompanhado de pesquisadores do CBPF, da PUC-Rio e da UFRJ | Foto: Vinícius Magalhães |