
Vista de parte da Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, centro-norte fluminenseFoto: Paulo Filgueiras
Membros do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Firjan participaram, nesta quinta-feira (16/5), de uma visita técnica à Reserva Ecológica de Guapiaçu (Regua), em Cachoeiras de Macacu, uma área particular de aproximadamente 8 mil hectares (o equivalente a 8 mil campos de futebol), cuja missão é conservar, proteger e restaurar a Mata Atlântica na bacia do Rio Guapiaçu, considerada a caixa d’água dos municípios situados à margem leste da Baía de Guanabara. A reunião contou com a presença de executivos das empresas Nitriflex, Braskem, Porto do Açu, Casa da Moeda, Naturgy, Servec Ecologia, Planep Engenharia, além de Paulo Schiavo Júnior, presidente da Fundação Municipal de Turismo e Cultura.
A propriedade desenvolve, há décadas, diversas práticas sustentáveis que podem ser aplicadas ou incentivadas pela indústria fluminense como a restauração de habitats degradados, o controle à caça e à exploração predatória de recursos naturais, o apoio à reintrodução de espécies da fauna e da flora extintas localmente, além do incentivo à pesquisa científica e ações de educação ambiental.
Para Isaac Plachta, vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente do Conselho, os projetos desenvolvidos pela Regua convergem com pautas do Conselho e com práticas sustentáveis incentivadas pela Firjan relacionadas aos temas biodiversidade, reflorestamento, segurança hídrica e mudanças climáticas. “A biodiversidade é muito importante para o setor industrial. Como existe uma relação muito próxima entre a natureza e os negócios, quisemos mostrar para as empresas que a restauração florestal é possível, é viável e o quanto isso representa para a qualidade da água e do ar e, consequentemente, para natureza e para os negócios”, explicou.
Um dos palestrantes do Seminário de Segurança Hídrica da Firjan, realizado em abril, e integrante de uma família pioneira da indústria têxtil fluminense, o presidente da Regua, Nicholas Locke, apresentou o histórico da propriedade familiar e a evolução das ações de conservação e proteção nos últimos 25 anos. “A Regua possui um planejamento territorial para alcançar uma definição de uso de solo oferecendo proteção da biodiversidade e a perpetuidade dos serviços ecossistêmicos em um processo que envolve diversos parceiros e atores locais”, disse.
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Nicholas Locke (ao centro e agachado), presidente da Regua, recepcionou a comitiva da Firjan | Foto: Paulo Filgueiras |
Considerada uma das maiores restauradoras de ecossistemas florestais do estado do Rio, a Regua possui cerca de 500 hectares de áreas restauradas e mais de 760 mil mudas plantadas, com uma diversidade de mais de 500 espécies. A reserva também já foi objeto de estudo em 90 teses e dissertações de pós-graduação, 26 trabalhos de iniciação científica, 160 artigos, 13 pós-doutoramentos, entre outros projetos de pesquisa.
Outra pauta da reunião do Conselho foi um debate entre os conselheiros, colaboradores da Firjan SENAI SESI e a equipe técnica da Regua sobre o estudo “Bioeconomia, Natureza e Negócios”, lançado pela Firjan na Cop 28 e que apresenta os benefícios empresariais a partir dessa relação que integra desempenho socioambiental e o propósito dos negócios.