
Primeira reunião do ano destacou a implementação de medidas em Direitos Humanos nas empresasFoto: Divulgação
Uma política empresarial que tenha entre os eixos ações em Direitos Humanos. Esse foi o tema central da primeira reunião do ano do Conselho Empresarial de Responsabilidade Social da Firjan, realizada nesta quinta-feira (16/3), na sede da federação. O encontro reuniu representantes de empresas e especialistas no tema, que discutiram sobre medidas importantes que estão entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs), da ONU e é a pauta do Projeto de Lei 572/22. Ainda em tramitação, o PL cria o marco nacional sobre o assunto no ambiente corporativo e estabelece diretrizes para a promoção de políticas públicas.
A presidente do Conselho, Fernanda Candeias, ressalta que o tema sempre esteve presente e que cada vez mais ganha relevância, tendo o PL que está em votação na Câmara dos Deputados e organizações especializadas, que também trabalham diretamente na aplicação das devidas diligências em Direitos Humanos. “A temática está muito presente e atualmente existem mecanismos concretos para que seja possível parametrizar e mostrar como as indústrias estão nesse contexto. A proposta é avançar, dando ferramentas para que as empresas consigam se instrumentalizar para trabalhar de forma objetiva”, ressalta Fernanda.
Na ocasião foi anunciada a criação de um grupo de trabalho para analisar o projeto de lei que está em tramitação. “As indústrias precisam ter esse olhar, seja nos estudos de implementação ou nos estudos socioambientais. A proposta é levar metodologias para avaliação que vão além de questões trabalhistas”, pontua a presidente do Conselho.
Para aprofundar o tema, o encontro contou com organização especializada em estudos e aplicação de ferramentas que contribuam para as boas práticas em direitos humanos nas empresas.
“Trabalhamos com esse tema há anos e observamos o quanto essa temática se desenvolveu. A grande incógnita sempre foi em saber como o mundo corporativo entra na agenda que é predominantemente pública. Compreender como se conectam esses mundos, o papel do setor privado e do poder público. Os princípios da ONU buscam trazer uma coerência de como isso deve se desenvolver, traçando o papel de cada um”, pontuou Rafael Benke, CEO da Proactiva, que presta consultoria em ESG e Direitos Humanos na América Latina. De acordo com ele, atualmente o tema tem abordagem central para as atividades das empresas: “Acompanhamos vários movimentos no mundo inteiro e vemos a temática social se desenvolvendo. O tema Direitos Humanos permeia cerca de 90% dos ODSs”.
Durante a reunião foi destacado o quanto o assunto vem se tornando cada vez mais urgente, de forma que as empresas estejam atentas para as questões que interferem na vida das pessoas. “Atuamos com ferramentas de avaliação de impactos em direitos humanos, que dão ênfase ao processo participativo e inclusivo, de forma que seja possível escutar as partes que podem ser afetadas com as atividades”, explica Alice Kasznar, especialista ESG - Coordenadora de Empresas & Direitos Humanos.
Ela pontua que é fundamental buscar a percepção da comunidade para que seja feita uma avaliação de impacto concreta e inclusiva, sendo possível uma análise e risco da atuação das empresas. “Não basta apenas avaliar a questão econômica, o impacto e recuperação ambiental, é preciso olhar para o local, para o impacto na vida das pessoas, com foco para o desenvolvimento local”, finalizou.
O tema continuará sendo pauta para o conselho, que tem a próxima reunião prevista para abril.