A Articulação Nacional pelo Feminicídio Zero foi o principal tema tratado na reunião do Conselho Empresarial de Mulheres da Firjan, em 14/08, por videoconferência. A Carta Compromisso da campanha "Feminicídio Zero - Nenhuma violência contra a mulher deve ser tolerada" recebeu a adesão da Firjan, após demanda da ministra Aparecida Gonçalves, que lançou a campanha federal, em 07/08, pelos 18 anos da Lei Maria da Penha. A Firjan incluiu sugestões de ações na Carta.
Carla Pinheiro, presidente do Conselho, enfatizou a importância do combate à violência contra mulher, ressaltando que são violações de direito que ocorrem em diversos contextos, “É muito preocupante a violência contra as mulheres. Por exemplo, em dias de jogos de futebol, há um aumento dos casos." Ela ressaltou que o Ministério das Mulheres pretende deixar a campanha Feminicídio Zero como uma política de Estado, além de manter o Agosto Lilás, que marca este mês como de enfrentamento à violência contra as mulheres.
É muito preocupante a violência contra as mulheres. Por exemplo, em dias de jogos de futebol, há um aumento dos casos. Carla Pinheiro, presidente do Conselho Empresarial de Mulheres da Firjan.
A campanha já chegou aos estádios de futebol, com faixas estendidas pelos jogadores. De acordo com a presidente do Conselho, é importante falarmos cada vez mais sobre o assunto, para as pessoas prestarem atenção nessa tragédia.
Durante a reunião, foram apresentados dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ), referentes a 2022. A taxa de mulheres vítimas de feminicídio foi de 1,2 por cada 100 mil mulheres, e houve 3,2 tentativas. O norte fluminense teve a maior taxa de feminicídios: 2,4. Já as Baixadas Litorâneas lideraram com taxa de 5,7 de tentativas.
Em números absolutos, o crime teve crescimento expressivo. Passou de 16 feminicídios em 2016 para 111 em 2022. E as tentativas saltaram de 53 para 293, no mesmo período. Das vítimas, 60,4% tinham entre 30 e 59 anos e 66,7% são negras.
“Na pandemia, houve um crescimento significativo dos casos de violência contra mulheres. Recebemos muitas denúncias nos nossos projetos sociais. Atuamos também junto aos Recursos Humanos das empresas. Disponibilizamos palestras EAD sobre o tema. Existe uma lei estadual (Lei nº 8.907/2020) que exige que as empresas disponibilizem esse tipo de treinamento”, explicou Eliane Damasceno, gerente de Projetos Integrados em Responsabilidade Social da Firjan.
Eliane planeja divulgar mais conhecimento sobre a temática, para que as empresas acessem esse conteúdo na plataforma da Firjan. “Podemos incentivar também as indústrias a abrirem canais de denúncia e outras ações. Estimular a empregabilidade feminina é uma estratégia para quebrar os ciclos de violência, já que as mulheres que não têm renda encontram mais dificuldade de denunciar”, pontuou Eliane.
Claudia Rodrigues, gerente de Diversidade, Saúde Integrada e Cidadania Corporativa da Firjan, acredita que a instituição poderá participar da campanha, com várias atividades. “O exemplo vai partir da própria Firjan. Vamos lançar a Jornada de Aprendizagem, cuja temática será 'Assédio, Não'. Além disso, mensagens para eliminar a violência contra as mulheres serão passadas em todas as experiências dos colaboradores internos: quando são selecionados para trabalhar na federação, quando entram para as equipes e na hora de jornadas de aprendizagem. Precisamos fazer uma gestão de consequências”, afirmou.
A campanha "Feminicídio Zero" é uma iniciativa e um conceito, que visa a erradicação completa dos feminicídios, que são os assassinatos de mulheres em razão de seu gênero. O objetivo é mobilizar a sociedade em diversas frentes, para prevenir e enfrentar a violência extrema contra mulheres que leva ao feminicídio.
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