O possível encarecimento do petróleo no mercado internacional, com o agravamento do conflito no Oriente Médio, deve elevar os custos de produção em todo o mundo, reforçando o aumento de preços dos derivados e se espalhando por outras indústrias, alerta a Firjan. A entidade afirma estar preocupada pelo preço do petróleo e, também, pelos impactos que o fechamento do Estreito de Ormuz pode ter em outras cadeias de produção, em relação ao possível fechamento, pelo Irã, de uma rota relevante do fornecimento da commodity.
De acordo com a federação, o mercado de energia já vive uma fase de preços altos globalmente, com a busca por matrizes mais limpas. Neste ambiente, a redução da oferta e com manutenção da demanda inevitavelmente levaria a custos mais elevados. Como importadores de equipamentos, o Brasil pode ser atingido pela alta de preços, que pode ocorrer da redução da oferta de energia.
Recomposição das reservas
Segundo a federação, o possível aumento do custo de produção joga luz sobre quão importante é a recomposição das reservas de óleo no país. De acordo com o Anuário do Petróleo no Rio 2025, publicação lançada recentemente pela Firjan, há menos de 13 anos de reserva, o que acrescenta riscos desnecessários e coloca o país numa posição de desvantagem frente a outras economias. Por isso, a federação alerta para a necessidade de exploração das cinco bacias da Margem Equatorial e da Bacia de Pelotas, já que há dez anos o Brasil havia 23 anos de reservas provadas.
Por fim, a Firjan destaca ainda que é preciso aumentar a capacidade de refino para o óleo produzido no Brasil, adequando o parque industrial, que remonta à década de 80. Além de avançar em uma regulamentação que incentive o aumento de produção em campos maduros, como os da Bacia de Campos.