Da esq. para dir.: Nayt Júnior (CCAB), Mateus de Sá Miranda (Consulado de Angola), Mauro Varejão (Firjan CIRJ), Priscilla Cadette (Conselho Pan-Africano no Brasil) e Leonardo Salles (Sindratar)Foto: Paula Johas
O Fórum Conexões de Negócios Brasil-Angola: Perspectivas e Oportunidades, realizado na sede da Firjan, reuniu empresários e autoridades públicas dos dois países, em 25/11, para discutirem a ampliação dos negócios bilaterais. O diretor da Firjan CIRJ, Mauro Varejão, lembrou que o Brasil já exporta plástico, granito e outros produtos para o país africano, mas que há muitas oportunidades para aumentar o fluxo de comércio bilateral.
“Temos ligações históricas e culturais com Angola, principalmente o idioma, o que facilita as negociações comerciais. O Brasil foi 15º destino das exportações angolanas. Temos potencial para ampliar essa corrente. Espero que o fórum inspire muitos negócios”, destacou Varejão, que também é presidente do Sindicato das Indústrias de Mármores, Granitos e Rochas Afins do Estado do Rio de Janeiro (Simagran).
O cônsul-geral de Angola no Rio de Janeiro, Mateus de Sá Miranda, também reforçou a ideia da união dos dois países devido a laços históricos e culturais e lembrou que o Brasil foi o primeiro a reconhecer a independência de Angola, em 1975. “Angola era um país agrícola, um dos maiores produtores de café e algodão, e se tornou um grande exportador de petróleo. O governo angolano estabeleceu prioridades para diversificar a economia. Aproveitem a oportunidade para fazer negócios em Angola, que está aberta para todos os que quiserem investir”, incentivou o cônsul-geral.
Participaram também da abertura os presidentes: do Sindicato das Indústrias de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado do Rio de Janeiro (Sindratar), Leonardo Salles; da Câmara de Comércio, Indústria, Turismo, Ciência, Tecnologia e Cultura Angola-Brasil (CCAB), Nayt Júnior; e do Conselho Pan-Africano no Brasil, Priscilla Cadette.
O presidente do Sindratar pontuou que o momento é crucial para compartilhar recursos e cultura entre Brasil e Angola. “O país é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil na África. Nós importamos óleos brutos de petróleo e derivados da Angola. Queremos fortalecer as relações, construir pontes e solidificar a nossa parceria, que já é robusta, além de criar mais oportunidades em setores pouco explorados, mas com grandes possibilidades”, ressaltou Leonardo Salles.
No painel sobre Energia e Mineração, Maria Lima, administradora executiva de Catoca, quarta maior mina de diamantes do mundo explorada a céu aberto, expôs as oportunidades também em vários setores de mineração, como ouro, ferro, cobre, petróleo e nióbio. “A estabilidade política é a maior vantagem de se investir em Angola, temos também incentivos fiscais e isenção de impostos para empresas estrangeiras no país”, adiantou a empresária.
Já Constantino Santos, 1º governador da Província do Zaire e ex-diretor Administrativo do Banco de Desenvolvimento de Angola, apontou possibilidades de parceria na exploração de petróleo e gás, devido à grande expertise brasileira.
Pela Firjan SENAI SESI, Fernando Montera, gerente de Cenários de Petróleo e Gás, Energias e Naval, apresentou o painel dinâmico feito pela federação, que mostra a previsão de mais de US$ 200 bilhões em projetos mapeados até 2030 neste mercado no Rio de Janeiro.
“Em relação à descarbonização, estão previstos, entre outros, processos de conversão de plantas de biogás para biometano no estado do Rio de Janeiro. A Petrobras anunciou que voltará a investir na produção de etanol, o que poderá gerar matéria-prima para o biometano”, expôs Montera.
No painel sobre o setor agrícola, imobiliário e investimento empresarial, Daniel Luzolo, consultor imobiliário e ambiental, explicou que a mudança administrativa do país criou províncias, o que gera necessidade de obras de infraestrutura. “No setor imobiliário, falta financiamento, mas há alguns projetos populares”.
Por fim, Mario Amaral, administrador executivo da Hemera Partners, listou oportunidades de investimento em agroprocessamento, pecuária, turismo e transportes. “Angola faz fronteira com quatro países e o investidor terá condições de alcançar outros mercados".