A partir de hoje o público poderá visitar a exposição Palavras que voam – acervo Aurélio Buarque de Holanda, promovida pela Casa Firjan. A mostra segue aberta até 22 de junho, de terça a domingo, das 9h às 18h30, com entrada gratuita. E marca a primeira vez que parte significativa da biblioteca do dicionarista, em comodato com a federação desde 2018, é revelada em uma curadoria pensada para explorar a mente por trás do mais popular dicionário da língua portuguesa.
“Para nós foi um orgulho acolher essa biblioteca na Casa Firjan, que foi construída para o pensamento, para a reflexão para os voos intelectuais necessários à formação humana”, disse Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente do Conselho Superior da Firjan.
Foto: Paula Johas
Lançada ontem (10/4) em evento para convidados, a exposição integra as comemorações pelos 50 anos do lançamento do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, publicado pela primeira vez em 1975 e rapidamente rebatizado pelo público como “Aurélio”. Pelo lançamento passaram amigos, familiares e admiradores da obra de Aurélio Buarque de Holanda e de sua trajetória. Pedro Garavaglia, neto do dicionarista, agradeceu pelo carinho de todos. No videodocumentário que integra a exposição, junto com Mariana Ferraz Ferreira, outra dos cinco netos do lexicógrafo, ambos contam passagens curiosas da vida com o avó, como o hábito do uso da lupa, a letra muito bonita e pequena e o episódio do dia em que um taxista confundiu Aurélio com um rei, ao receber o imortal paramentado para uma cerimônia na Academia Brasileira de Letras.
Mais do que uma homenagem, a exposição é um convite à imersão no universo intelectual de Aurélio Buarque de Holanda, cuja trajetória cruzou as artes, o jornalismo, a crítica literária, a educação e, claro, a lexicografia. O acervo, composto por fotos, manuscritos, cartas e livros com anotações pessoais, revela uma vida dedicada a decifrar e organizar a língua portuguesa — e, por extensão, a identidade cultural do Brasil.
Cristiane Alves, gerente geral de Desenvolvimento e Inovação Empresarial da Firjan, destaca como a iniciativa está em sintonia com o propósito da Casa Firjan: “A exposição revela a constante renovação da linguagem e sua busca por expressar o espírito de sua época. Trata-se de um diálogo sobre mudança — um dos temas centrais explorados pela Casa Firjan sob a ótica de futuros. A mostra convida o público à busca por conhecimento e à reflexão crítica”, afirma.
Foto: Paula Johas
Exposição sensorial e viva
Organizada em quatro núcleos temáticos, a exposição harmoniza documentos raros e antigos com recursos multimídia. Estão expostas todas as capas históricas do dicionário, volumes com dedicatórias de personalidades, anotações manuscritas, fotos inéditas e edições marcantes, do infantil ao de luxo.
Ao final da visita, um ambiente imersivo e intimista reúne entrevistas e registros audiovisuais, incluindo trechos de um documentário da TVE produzido após a morte do autor, em 1989. A instalação “Língua Viva” encerra o percurso com projeções e vozes que celebram a fluidez e diversidade do idioma.
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira | Foto: Paula Johas
Fins de semana interativos
Aos sábados e domingos, os visitantes poderão participar de oficinas criativas: criação de HQs com expressões populares, construção coletiva de memes com base na linguagem digital e painéis para inventar novas palavras. Há também jogos que desafiam o público a atuar como pequenos dicionaristas, explorando a riqueza das variações regionais da língua portuguesa.
Serviço:
Palavras que voam – acervo Aurélio Buarque de Holanda
11 de abril a 22 de junho de 2025
Terça a domingo, das 9h às 18h30
Casa Firjan – Rua Guilhermina Guinle, 211, Botafogo, Rio de Janeiro
Entrada gratuita