O Aquário Casa Firjan, de 27/09, debateu as mudanças por que tem passado a área de Recursos Humanos das empresas, como, por exemplo, a transformação da liderança do “eu mando” para aquela que escuta o colaborador para a tomada de decisão. O mediador do tema foi o consultor João Paulo Coutinho, autor do livro “Repensando o RH: Ágil, diverso e exponencial”, que conversou com especialistas de Recursos Humanos da Aché, da 3M e da própria Firjan.

Coutinho ressaltou que o mundo está mudando muito rápido. “Algumas empresas estão passando por transformação cultural, organizacional e digital, e outras ainda não. As lideranças estão sendo mais desafiadas a ter um novo modelo mental. Estamos na transição entre só se falar de lucro para pensar em propósito, isto é, para que a empresa existe”. O líder atual deve ser ágil e facilitador, e o RH passa a ser visto como um gestor de talentos, segundo Coutinho.

Assista abaixo a íntegra do Aquário Casa Firjan:

Muitas mudanças foram aceleradas na pandemia e se consolidaram agora. Sandra Barquilha, diretora de RH da Divisão Global de Serviços Médicos da 3M, lembrou que foi preciso lidar com o choque de mandar as pessoas para casa e focar nos protocolos nas fábricas: “Nessa crise extrema, conseguimos ser ágeis, fazendo em uma semana o que antes levaria meses. Não se pensou na solução perfeita, mas na mais viável”. Como a 3M fabrica máscaras, não teve as atividades produtivas interrompidas.

Já Sérgio Piza, conselheiro e consultor de RH do laboratório Aché, também recordou esse período de muitas dúvidas e questões como a tristeza com a doença ou morte de colaboradores. “O RH foi exponencial, teve capacidade de juntar a mentalidade ágil e organizar o processo para entregar uma solução. E foi acelerada a realidade do mundo híbrido”, pontuou.

Guilherme Cavalieri, atual diretor de Gestão de Pessoas da Firjan, contou que durante a pandemia era presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) e diretor de RH no Hospital AC Camargo, em São Paulo. “Aprendi muito na gestão da pandemia. O desafio é não perder as boas coisas aprendidas, como a mentalidade ágil para manter as operações funcionando e as iniciativas inovadoras”.

Os especialistas concordam que práticas ligadas à saúde mental, à comunicação mais direta e efetiva, ao trabalho híbrido, à flexibilidade nas relações e à diversidade ganharam mais espaço desde a pandemia. Um dos desafios do RH envolve cuidar da cultura da empresa, do engajamento, e ainda buscar o balanço do presencial com o remoto.