Metade dos casos em que o funcionário falta ou pede licença está ligado ao estresse gerado no trabalho, segundo pesquisa norte-americana. “Do ponto de vista econômico isso causa centenas de bilhões de dólares de custo para as empresas nos EUA e no Brasil. Somos um dos países mais ansiosos do mundo, atrás apenas do Japão.
De acordo com pesquisa do Instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial, 53% dos brasileiros declararam que sua saúde mental piorou no último ano, com a pandemia”, analisou Iuri Campos, líder e mediador do Aquário Casa Firjan. O evento sobre o tema reuniu especialistas, em 06/07, para discutir o tema “Liderança humana e saúde mental: Como devem agir as empresas do futuro?”
Rui Duarte Brandão, CEO & co-founder do Zenklub, plataforma em saúde emocional nas empresas, mostrou um vídeo em que profissionais de várias áreas contam que passaram por problemas emocionais como síndrome do pânico, burnout e depressão. “O tema de saúde mental no trabalho passou a ganhar força no Brasil nos últimos cinco anos e agora na pandemia, quando a gente vai para o cenário remoto em que toda a rotina é quebrada. A interação humana muda. Vemos que muitos artefatos do modo presencial são importantes e agora precisamos conseguir criar boas relações a distância”.
“A pandemia legitima a dor da saúde mental, que é invisível. É importante o autoconhecimento, entender seus limites e emoções. Mas a vulnerabilidade das pessoas, muitas vezes, é vista como uma fraqueza no trabalho. Somos seres integrais, ainda mais agora em que trabalhamos de casa. Não adianta a empresa oferecer soluções band-aid, que focam e culpam o indivíduo. Dão programas de terapia e app de meditação. Bem-estar é um conceito sistêmico com conexão social e performance no trabalho”, pontuou Tonia Casarin, escritora e pesquisadora em liderança humana e desenvolvimento organizacional.
Os programas de terapias nas empresas são o primeiro passo para o gerenciamento de estresse, na opinião de Carol Romano, fundadora das consultorias Maker Brands e The Mind Factor. “Mas os maiores indutores de burnout têm sido o clima nas empresas e a relação com os chefes. Por isso, é preciso também trabalhar o contexto das organizações. O trabalho está nos engrandecendo ou nos adoecendo? Enquanto a pessoa está aprendendo está conectada. A sociedade valoriza o desempenho. É legal fazer muitas coisas ao mesmo tempo, mas é essencial manter o poder de se concentrar em uma só por vez. É o lugar do pausar, da meditação”, ressaltou Carol, que também é psicanalista e mestre em Psicologia Positiva.
Assista aqui ao Aquário Casa Firjan