A Firjan considera a assinatura do Acordo Comercial entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) um importante passo para garantir a ampliação da sua corrente de comércio e a diversificação dos seus parceiros comerciais. A cerimônia de assinatura ocorreu hoje, durante a reunião de chanceleres do Mercosul no Rio de Janeiro.
A corrente de comércio entre os blocos totalizou US$ 7,1 bilhões em 2024, e espera-se que as trocas internacionais do Brasil com o bloco cresçam em 10% a partir da entrada em vigor do Acordo. Destaque para as exportações dos setores de metais básicos, produtos vegetais e animais e produtos alimentícios.
A ampliação das oportunidades comerciais e a melhoria no ambiente de negócios também facilitarão a atração de investimentos estrangeiros para o mercado brasileiro. Estima-se que o Acordo trará R$ 660 milhões em investimentos estrangeiros no Brasil. Atualmente, a EFTA, composta por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, é a terceira principal parceira do Brasil no comércio de serviços, atrás apenas de EUA e União Europeia. Além disso, com um PIB de US$ 1,3 trilhão e uma população de 15 milhões de pessoas, o bloco é o nono maior ator no comércio mundial de bens e o quinto maior no comércio de serviços. Com outros acordos comerciais já firmados, os quatro países do bloco estão entre os maiores PIB per capita do mundo e representam um mercado consumidor de grande relevância global.
No entanto, a vigência não será imediata. O Acordo ainda dependerá da aprovação do texto pelos parlamentares de todos os países de ambos os blocos e da sua ratificação. Este acaba sendo um ponto de atenção para o Brasil, considerando que a média para validação e entrada em operação de um acordo comercial internacional no país, segundo levantamento realizado pela Firjan em 2025, com base nos dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), é de 1.729 dias, ou seja, quatro anos e nove meses.
Mesmo diante de uma discreta melhora em relação ao último levantamento realizado em 2023 (de cinco anos e meio), a Firjan segue defendendo maior urgência na aceleração da internalização desses tratados, de maneira a possibilitar ganhos de comércio e abertura de novos mercados às empresas brasileiras. O pleito está presente na Agenda Propostas Firjan para um Brasil 4.0.
O atraso envolve não somente a tramitação no governo federal, mas também o que ocorre na Câmara dos Deputados e no Senado.
Na tabela abaixo, especificam-se alguns dos tratados analisados e o tempo decorrido desde as assinaturas. Neste caso, apenas os acordos comerciais que ainda não foram internalizados pelo governo brasileiro.
Internalização de acordos comerciais internacionais*
Fonte: Congresso Nacional, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Governo Federal
(*) Até 22/8/25