Autossuficiência, segurança energética, o peso do petróleo no cenário mundial e as particularidades da transição brasileira para uma matriz de baixo carbono foram os assuntos do debate virtual “Visão EPE do mercado de óleo e gás brasileiro”, realizado nesta terça-feira (03/11), com mediação de Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval na Firjan. O encontro virtual, mais uma edição da websérie Óleo, Gás e Naval da Firjan, reuniu representantes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) em torno do estudo sobre o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2030), documento lançado anualmente pelo órgão, com as projeções para os próximos dez anos do mercado de petróleo e gás no país.
Os esforços para encontrar soluções tecnológicas que viabilizem economicamente o gás e o papel da indústria na redução de emissões de carbono em seu processo produtivo foram aspectos destacados pelos participantes. Segundo Marcelo Alfradique, superintendente adjunto de Petróleo e Gás Natural na EPE, existe um movimento de redução de CO2 na indústria, inclusive em plataformas de petróleo. “Muitas empresas no Brasil estão preocupadas com ações compensatórias às emissões e investem em reflorestamento, por exemplo. O objetivo é salvaguardar nossas reservas e continuar usufruindo da produção da melhor maneira possível. Essas iniciativas deveriam integrar o planejamento estratégico das organizações”, sugeriu.
O desafio de promover o desenvolvimento econômico e atender às necessidades de competitividade da indústria, respeitando o meio ambiente, foi outro tópico abordado no evento. O protagonismo do Rio de Janeiro, e sua relevância na produção e reservas nacionais foram enfatizados. Segundo Marcos Frederico, superintendente de Petróleo e Gás Natural na EPE, o Brasil, na contramão do declínio mundial, tem reservas com fôlego, hoje, superior a quatro vezes o que é produzido, em uma visão conservadora. “Nós temos muito mais descobertas do que tudo o que já produzimos, e a principal estratégia está relacionada a manter essa matriz, de forma sustentável, garantindo o lugar no mercado internacional sem comprometer a nossa autossuficiência no futuro”, detalhou Frederico.
Heloísa Borges, diretora de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis na EPE, também destacou a demanda interna por petróleo que, num processo natural, começará a absorver a produção até 2050. “Ainda que consideremos nossos melhores cenários de ganho de eficiência em energia, precisaremos dobrar a nossa produção para atender as necessidades de crescimento do país até 2050. E precisamos do convívio de todas as fontes de energia, renováveis ou não, para alcançar essa meta”, assegurou Heloísa.
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