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Firjan / Economia/ Infraestrutura

2020, novo ano de recuperação

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Publicado em 11/12/2019 16:49  -  Atualizado em  11/12/2019 17:40

A expectativa para 2020 é de que o processo de recuperação da economia do Brasil e do Rio continue. Com isso, a tendência é que a ociosidade no processo produtivo diminua e a confiança do investidor se consolide. Além de analisar cenários para o próximo ano, nesta entrevista à revista Carta da Indústria, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, também fala sobre as reformas necessárias ao país e aborda as prioridades da federação na defesa da indústria.

Carta da Indústria: Dentre as reformas necessárias ao país, a da Previdência foi aprovada pelo Congresso. Quais são os próximos passos necessários ao equilíbrio das contas públicas?

Eduardo Eugenio: A aprovação da reforma da Previdência é uma medida importante para o reequilíbrio das contas públicas. Contudo, a reforma é insuficiente e pontual sem a inclusão de estados e municípios. Os próximos passos abrangem a aprovação das reformas tributária e administrativa em todas as esferas de governo, destacando a necessidade de se rediscutir o pacto federativo vigente.

CI: Quais as perspectivas e expectativas para 2020, em sua opinião?

EE: Para 2020, a expectativa é de que as economias brasileira e do estado do Rio de Janeiro continuem em processo de recuperação. Dessa forma, esperamos que a indústria siga diminuindo a ociosidade no processo produtivo, e que o mercado de trabalho também siga se recuperando. A retomada da confiança do investidor é um processo lento, mas que deve continuar no ano que vem. A Firjan ainda projeta uma taxa de desemprego elevada no país, mas é preciso ter esperança na capacidade de recuperação da economia, especialmente de nosso estado, que será movimentada por fatores como o mercado de Óleo e Gás, visto com grande expectativa para o próximo ano, bem como seus efeitos sobre esta cadeia. Outra grande expectativa para 2020 é a evolução da agenda de reformas estruturais e o controle de gastos para reequilibrar as contas públicas. De fato, as medidas estruturais são fundamentais para uma maior capacidade de crescimento no médio e no longo prazo. Outra questão é a evolução na agenda de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), além da venda de ativos por parte da Petrobras, que tem potencial de alavancar investimentos no país.

CI: Quais oportunidades devem despontar?

EE: Teremos boas oportunidades em infraestrutura, como o pacote de rodovias em projeto de concessão, e esperamos que o governo seja capaz de manter e melhorar o regime de recuperação fiscal, permitindo a continuidade da redução dos índices de violência, e uma retomada, ainda que lenta, da geração de empregos. Também esperamos que os movimentos observados no sentido de melhorar as relações de trabalho, seja através da revisão de Normas Regulamentadoras (NRs), seja na evolução dos procedimentos de fiscalização, por exemplo, continuem e se intensifiquem. Por fim, acreditamos que podemos evoluir ainda mais em uma nova política de comércio exterior, que amplie a participação do Brasil no comércio mundial e, principalmente, promova uma maior integração da indústria fluminense às cadeias globais de valor.

CI: Quais serão as prioridades da Firjan, em 2020, na busca pela melhoria do ambiente de negócios no estado do Rio e na defesa de interesses da indústria?

EE: A Firjan vai continuar buscando uma interlocução franca e positiva com os diversos níveis de governo, propondo políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento fluminense. Algumas questões serão particularmente importantes, não só para a indústria, mas para toda a sociedade, como a decisão final sobre a distribuição dos royalties do petróleo e os reflexos, no estado do Rio, decorrentes das reformas em discussão no Congresso Nacional. Temas como saneamento, segurança pública e transporte – de pessoas e principalmente de cargas – demandam um foco especial, por sua situação ainda deficitária e pelo potencial de atrair investimentos privados. Temos uma oportunidade concreta de colaborar com a desburocratização do licenciamento, tema que contribui para a manutenção e atração de novos investimentos no estado. Vamos continuar defendendo melhorias nas legislações tributária e trabalhista, que equiparem o ambiente de negócios nacional ao restante do mundo desenvolvido. Também devemos trabalhar com foco na melhoria dos processos aduaneiros, dos mecanismos de defesa e na necessidade de superar entraves burocráticos ao comércio exterior, que, atualmente, impedem as empresas fluminenses de atingirem maior competitividade no mercado internacional. Por ser um ano de eleições municipais, teremos a importante tarefa de levar propostas concretas aos candidatos, e o Mapa do Desenvolvimento é o ponto de partida para esse trabalho, ajudando na construção de planos de governo que efetivamente trabalhem para o desenvolvimento sustentável do estado do Rio.

 

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“Vamos continuar defendendo melhorias no ambiente de negócios” | Foto: Paula Johas

 

CI: Em 2019 a Casa Firjan se firmou como hub fluminense da nova economia, reunindo diferentes gerações de empresários e empreendedores. Quais os planos para o próximo ano?

EE: Neste primeiro ano de existência, a Casa Firjan se consolidou como espaço de conexão direta com o futuro das empresas. Um ambiente disruptivo, dedicado à qualificação, capacitação e modernização, focado em identificar tendências e movimentos, e para se disseminar novos conceitos. Recuperamos um patrimônio histórico, entregamos um espaço para o Rio de Janeiro, para a indústria e a sociedade, e estamos nos concretizando como grande polarizador de ideias e da nova economia. Para o próximo ano, continuaremos comprometidos com o pensar, refletir e criar propostas, de forma a agregar soluções para os desafios de uma sociedade em transição. Queremos ampliar os públicos de diálogo, estabelecendo a interação com novos atores, mapeando outros públicos com os quais queremos dialogar. No nosso programa de educação, queremos ampliar a grade de cursos, implantando de forma estruturada a equipe de cocriação, que vai atuar efetivamente junto às empresas, na aplicação de conteúdo. Também teremos, no próximo ano, o desafio de explorar cada vez mais a conexão com a sociedade, passando mensagens e provocando reflexões sobre os temas tratados. Vamos usar as exposições e festivais de fim de semana para gerar inspiração e reflexão. A Casa não é apenas um jardim, mas um espaço de provocação tanto para o público em geral como para os empresários, que também estão enfrentando diariamente esse processo de modernização. Outra grande meta a ser conquistada é compilar todo o conteúdo apresentado na Casa Firjan em uma plataforma, que poderá ser acessada por empresários, estudantes, colaboradores e sociedade em geral. Mais do que um espaço físico de conhecimento, somos uma nuvem de informações.

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