Publicado em 22/11/2019
Em uma cidade conhecida pelo turismo, uma parceria de mais de duas décadas fortalece a indústria. Sede da GE Celma, Petrópolis conta há anos com formação de mão de obra qualificada em profissões de alta tecnologia. Dos 1,9 mil funcionários na sede, na cidade da serra fluminense, cerca de 70% já passou pelos cursos da Firjan SENAI em algum momento da vida. O resultado da união entre a indústria, que atua na revisão de motores aeronáuticos, e a instituição é a geração de trabalho e o desenvolvimento econômico na região.
A GE Celma é hoje uma das principais unidades de manutenção de motores aeronáuticos da GE Aviation no mundo, com previsão de faturamento de US$ 3 bilhões em 2019. Com cerca de 3 mil funcionários nas cinco unidades da empresa (três em Petrópolis, uma em Três Rios e outra no Rio de Janeiro), tem boa parte do seu mercado voltado para o exterior, sendo um dos 4 maiores exportadores do Brasil. Das 5 oficinas de revisão da GE Aviation no mundo, a matriz é em Petrópolis. A permanência na cidade não foi por acaso.
“A gente tem uma parceria com a Firjan de mais de duas décadas, provavelmente uns 25 anos de programa de treinamento customizado para atender às nossas necessidades em Petrópolis. É muito difícil encontrar mecânicos com formação de aviação no mercado, então precisamos formar isso por nós mesmos”, relata o presidente da GE Celma, Julio Talon.
Por causa das demandas específicas por profissionais habilitados na área de aviação, o programa Jovem Aprendiz segue um currículo voltado para esse campo. No primeiro ano, os alunos têm aulas teóricas na Firjan SENAI em Petrópolis. No segundo, já passam a integrar bancadas de oficinas dentro da planta da GE. Mas, há quatro anos, as aulas teóricas ganharam um diferencial. A GE doou um motor aeronáutico para a Firjan SENAI. Então, já nos primeiros meses de curso os alunos passam a ter contato com as peças, facilitando o aprendizado.
A doação do motor deu início ao que hoje é chamada de Oficina Escola para Mecânicos de Manutenção de Motores Aeronáuticos. Primeira fora dos Estados Unidos, ela é uma réplica da unidade de manutenção e reparo da GE Celma. Há, na empresa, 167 Jovens Aprendizes - uma média de 75% acaba contratada.
“Um dos ingredientes do nosso sucesso é que encontramos na Firjan SENAI um parceiro estratégico que trabalha conosco no desenvolvimento e avaliação desses jovens para que eles estejam sempre crescendo. Esse investimento é feito desde o início da entrada dos profissionais na organização, com foco muito grande na formação das pessoas”, observa a diretora de Recursos Humanos da GE Celma, Jaqueline Tibau.
Jovens aprendizes trabalham em balcão na oficina da GE Celma, dentro da planta em Petrópolis (Foto: Divulgação)
A indústria no Interior
Além da formação de mão de obra, a presença de uma grande empresa no interior fluminense leva à geração de uma cadeia logística que privilegia fornecedores locais.
“Quando uma grande empresa se instala em alguma região do estado, ela atrai muitas outras que são fornecedoras de materiais ou serviços. Nesse sentido, a Firjan SENAI tem um papel fundamental no crescimento da indústria no interior. Hoje temos no Rio 28 unidades fixas e 36 unidades móveis para atender as indústrias que estão espalhadas pelo estado com formação de mão de obra e também atendimento a demandas específicas”, explica o gerente de Educação Profissional da Firjan SENAI, Edson Melo.
Há um ano, a GE instalou o mais moderno banco de provas do mundo em Três Rios, na região Centro-Sul, onde as turmas de Jovem Aprendiz contam com 50 alunos. Para os próximos dois anos, a empresa investirá R$ 250 milhões no novo prédio, de cerca de 30 mil metros quadrados, onde será feita a revisarão do motor GE/CFMI, o LEAP, o mais vendido no mundo atualmente. Segundo Talon, a previsão é de que nos próximos cinco anos a GE contrate entre 300 a 500 pessoas nas quatro unidades no estado do Rio de Janeiro.