Publicado em 22/11/2019
O sol brilha quase o ano todo. As chuvas são escassas. Há uma lagoa com índice de salinidade mais alto do que o mar. Não há condições melhores do que essas para que a indústria do sal se estabeleça. A Região dos Lagos, no interior do Rio de Janeiro, reúne essas características.
Instalada em Cabo Frio há 70 anos, a Sal Cisne é líder de mercado e referência da indústria salineira que se consolidou na região. Mais do que isso, é parte decisiva do desenvolvimento econômico local, empregando cerca de 500 funcionários diretos.
Sua atuação em soluções com inovação e tecnologia que minimizam o impacto ambiental a colocam em posição única entre as empresas do ramo. “Nós somos o maior empregador da cidade de Cabo Frio. Além dos funcionários fixos temos também os indiretos, compramos matéria prima na região, fazemos negócios, fazemos circular mercadoria com outros salineiros, podemos comprar de terceiros também”, destaca Luiz Césio Caetano Alves, diretor corporativo da Sal Cisne.
Planta em Cabo Frio emprega cerca de 500 funcionários diretos (Foto: Bruno Alencastro)
Analista de Estudos Econômicos da Firjan, Julia Rangel Pestana ressalta a importância de empresas pujantes como a Sal Cisne para desenvolver a economia no interior do Estado: “Não são só os empregos diretos, como também a cadeia e os serviços. O comércio se desenvolve próximo da indústria. As pessoas que trabalham ali consomem, precisam de serviço bancário, restaurante, mercado. É importante destacar também, quando se fala em desenvolvimento regional, a saúde financeira dos municípios. São empresas que pagam tributos, promovem aumento de arrecadação. Desenvolvem outras atividades e geram receita maior para as prefeituras”.
O impacto positivo da companhia se dá, também, pela qualificação dos funcionários. A Firjan SENAI tem uma oficina de aprendizagem instalada nas dependências da refinaria, com capacidade de atendimento para 25 alunos por turma. Ao todo, já foram formados mais de 290 jovens. Há oferta de cursos diversos, como de mecânico de manutenção, aperfeiçoamento para operador de caldeiras, segurança na operação de caldeiras, entre outros.
Preocupação ambiental
Sal é produzido a partir da água da lagoa de Araruama, que tem o dobro de salinidade em relação ao mar (Foto: Bruno Alencastro)
Devidamente qualificados, os funcionários passam a operar um processo de extração de sal que distingue a Sal Cisne e garante um produto final mais puro. “O grande diferencial é que o sal que nós produzimos, a partir da água da Lagoa de Araruama, vem da salmoura, e não do sal grosso. A lagoa é suprida pelo mar, mas tem o dobro de salinidade da água. Todo esse processo permite um controle das condições de evaporação, e assim conseguimos fazer sal com especificações diferentes. Posso alterar a granulometria e a pureza. Tanto que tenho condições de produzir sal que atende à indústria farmacêutica, atingindo a pureza necessária”, explica o diretor corporativo da Sal Cisne, ressaltando a aplicação de seu produto em tratamentos de saúde, além do uso para alimentação.
Desde 2009, toda essa operação sofreu uma transformação para tornar-se mais sustentável. Foi quando a empresa investiu em uma nova planta, que a permitiu melhorar a eficiência do uso da água na produção de sal. A água passou a ser reaproveitada através de um tratamento para sua desmineralização. Assim, houve redução de 90% no consumo de água da Sal Cisne.
A empresa ainda criou o Cisne Aqua, uma pastilha de sal prensado que serve para tratamento da água e já está sendo utilizada na indústria farmacêutica, cosmética e alimentícia. A preocupação ambiental também se reflete na geração de energia elétrica - a Sal Cisne é 90% autossuficiente neste quesito. A matriz energética é limpa, com uso de gás natural no processo produtivo. “Somos uma empresa que não tem uma geração de resíduos que possa ser considerada de risco à natureza, uma empresa sustentável, que gera sua própria energia elétrica e produz sua própria água”, comemora Luiz Césio Caetano Alves.