Publicado em 06.08.2019
Conferir se as lâmpadas estão desligadas antes de sair da sala passou de um hábito corriqueiro para uma estratégia de negócios. Só que em proporções maiores: no lugar das luzes, maquinário. Em vez da sala, o complexo siderúrgico da Ternium, em Santa Cruz, no Rio de Janeiro.
Ao longo de 2015, a empresa iniciou a implantação de um programa de eficiência energética que transformou a rotina dos colaboradores. Hoje, a gestão da energia é preocupação de todas as áreas, e não só daquelas ligadas à proteção ambiental. O resultado: redução em custos operacionais de R$ 26 milhões entre outubro de 2016 e setembro de 2017, além do reconhecimento em 2018 pelo Prêmio Firjan de Ação Ambiental, na categoria Gestão de Gases de Efeito Estufa e Eficiência Energética.
Não se trata apenas de desligar motores quando estão parados por manutenção. A instalação de um sistema de gestão de energia em toda a operação teve como base a norma ISO 50.001, lançada em 2011 para auxiliar empresas que querem usar energia de forma mais eficiente. A certificação não é obrigação prevista em lei. Foi uma opção voluntária da Ternium em busca do desenvolvimento sustentável da empresa.
Consultora em Gestão de GEE e Eficiência Energética da Ternium, Ingrid Pinho conduziu o projeto (Foto: Divulgação)
Implementar a ISO de uma só vez na usina inteira implicou em criar uma nova cultura dentro da empresa. Fizeram parte do projeto, por exemplo, ações de integração entre as áreas do complexo siderúrgico. “Quando todos passam a sincronizar as operações, temos a real eficiência energética. Enquanto uma área está produzindo gás, a outra está consumindo esse gás, então utilizamos gás de dentro de casa e reduzimos a necessidade de comprar fora”, ressalta a consultora em Gestão de GEE e Eficiência Energética da Ternium, Ingrid Pinho.
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Os resultados logo apareceram. Em seu primeiro ano, o Sistema de Gestão de Energia evitou a emissão de 38,2 mil toneladas de CO2 e economizou 34 milhões de kWh, equivalente ao consumo médio anual de mais 18 mil residências, ou seja, duas vezes o que consome por ano uma cidade do porte de Mangaratiba. Mas a redução dos números não é só benéfica para a empresa, promovendo também o bem-estar social. “Para a sociedade, a gente diminui a nossa emissão de gases de efeito estufa. Para os acionistas, há a diminuição do custo operacional. E, para os funcionários, o bônus financeiro também aumenta, o que é importante”, destaca Ingrid.
Todas as áreas de produção estudaram maneiras de reduzir o consumo de energia (Foto: Divulgação)
Inspiração para continuar
Os bons números levaram a empresa a se inscrever no Prêmio Firjan de Ação Ambiental, em que se saiu vencedora na categoria Gestão de Gases de Efeito Estufa e Eficiência Energética. “Os funcionários se esforçaram, e eu tenho certeza que o fato de a gente ter sido reconhecido fez eles se sentirem valorizados. Ajudou a difundir ainda mais essa cultura dentro da empresa”, comemora Ingrid.
O prêmio avalia as ações do setor empresarial e reconhece o aprimoramento dos processos produtivos, a implantação de projetos socioambientais e as iniciativas que vão além das obrigações legais. De 2013 a 2019, a iniciativa contou com a inscrição de 371 projetos e premiou 39 empresas, considerando também a concessão de menção honrosa. “O intuito do prêmio é mostrar para a sociedade que existem boas ações sendo feitas, e também valorizar os projetos. Às vezes, a gente encontra colaboradores de empresas em outros momentos, e eles comentam o quanto se sentem orgulhosos de fazer parte daquilo”, observa a analista em Meio Ambiente da Gerência de Sustentabilidade e Infraestrutura da Firjan, Renata Menezes Rocha.
A premiação estimulou a Ternium a reforçar os esforços pelo desenvolvimento sustentável . “Todo dia a gente busca melhorar nosso desempenho energético”, orgulha-se Ingrid.
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