No comparativo com 2013, a recente análise mostra que os municípios do Leste Fluminense apresentaram desenvolvimento baixo e moderado, resultando no terceiro menor IFDM médio do estado
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) mostra que Niterói, com desenvolvimento socioeconômico moderado, perdeu dez posições no ranking estadual, saindo da primeira em 2013 para a 11ª posição em 2023. O resultado é explicado pela piora dos indicadores de Emprego & Renda e lenta melhora dos índices de Educação e Saúde. Na análise por região, o resultado dos seis municípios fez com que o Leste Fluminense ficasse com o terceiro menor IFDM médio do estado do Rio. Também com desenvolvimento moderado, Maricá ocupa o segundo lugar entre as cidades da região, seguida de Rio Bonito. Logo depois, com baixo desempenho, estão Itaboraí, Tanguá e, na última colocação, São Gonçalo. Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com base em dados oficiais referentes ao ano de 2023, esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.
“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer tem quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação as mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”, ressalta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de Emprego & Renda, Saúde e Educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Através dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores. Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico / entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo / entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado / entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.
Sob a ótica das vertentes, de 2013 a 2023, Niterói apresentou piora do indicador no IFDM Emprego & Renda, com a pontuação de 0,8354, representando uma perda de 11,8% se comparado com o resultado anterior, de 0,9471 (em 2013). No IFDM Educação a variação ficou positiva em 18,1%, alcançando a pontuação 0,6072, frente ao resultado de 0,5142 em 2013. O IFDM Saúde foi de 0,7247 (+2,6%). O IFDM Geral do município se manteve moderado, com a pontuação de 0,7224, mesmo patamar de 2013 (0,7226). Com a mesma classificação moderada, estão Maricá, com 0,6644 ponto e Rio Bonito, com 0,6433.
São Gonçalo, a segunda cidade mais populosa do estado, ocupa a antepenúltima posição no ranking geral do estado do Rio e, na região Leste, possui os piores desempenhos em Educação e Saúde. Em Emprego & Renda, apenas Tanguá registrou desempenho pior. Na análise evolutiva, São Gonçalo perdeu 16 posições no ranking estadual devido à queda no IFDM Emprego & Renda, de 0,5649 (-10,4%) e ao baixo crescimento nos outros dois indicadores, IFDM Educação de 0,4312 (+13,5%) e IFDM Saúde, 0,4454 (+6,0%). Com desenvolvimento baixo, a cidade teve IFDM Geral de 0,4805.
Ao todo, a Região Leste ficou com IFDM médio de 0,6011, 3,4% abaixo da média dos municípios do estado do Rio de Janeiro (0,6224).
Somente o IFDM Emprego & Renda (0,6739) ficou acima da média estadual: 1,9%. Já o IFDM Educação (0,5386) e o IFDM Saúde (0,5908) ficaram abaixo da média do estado: 10,6% e 2,1%, respectivamente.