Empresários de panificação do município do Rio tiveram a oportunidade de conferir as últimas tendências e inovações do setor, nesta quarta-feira (17/07), na Casa Firjan, durante o Seminário Rio+Pão. Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, ressaltou a relevância do evento para aproximar o segmento e quebrar paradigmas. “Temos hoje a chance de irmos além dos conceitos de indústria tradicional, falando de otimização, eficiência e, principalmente, de tecnologia. É uma oportunidade para discutirmos a panificação do futuro, apresentando formas para tornar as empresas mais competitivas. E não há lugar melhor para se falar em futuro do que a Casa Firjan”, disse.
José Batista de Oliveira, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), corroborou. “É fundamental termos um espaço como esse para buscarmos conhecimento, diante dos desafios que a indústria 4.0 impõe à panificação brasileira”.
Já Fernanda Hipólito, presidente do Rio+Pão, exaltou a resiliência do setor e o papel do sindicato na defesa de interesses. “Nossa indústria vem sofrendo alguns reveses, mas a panificação nunca poupou esforços para alcançar seus objetivos. Trabalhamos com o melhor alimento que existe. O pão une e agrega. Precisamos, portanto, acreditar em novos modelos de negócios e na força do associativismo, buscando representatividade junto a grandes federações como a Firjan”, salientou.
Aumento de competitividade
Segundo Marcelino Rodrigues, diretor do Instituto Tecnológico da Alimentação, Panificação e Confeitaria (ITPC), o setor enfrenta um cenário desafiador, com a entrada de novos concorrentes, como as grandes fábricas de pães congelados, redes de supermercados e novos pontos de vendas. “Para aumentar a competitividade, a opção estratégica é melhorar a qualidade do serviço e dos produtos, valorizando os artesanais e o uso de massa madre. O cliente está em busca de frescor, sabor e saúde”, analisou.
Além disso, é preciso atenção no abastecimento, na eficiência operacional e, sobretudo, no posicionamento correto do preço. Para otimizar o mix de produtos fabricados, com foco na redução de custos e aumento de produtividade, Rodrigues explicou a importância de utilizar análises de volume de vendas e margens de contribuição para redefinir os campeões de vendas, os produtos que devem ser descontinuados e aqueles cuja frequência de fabricação deve ser diminuída.
“A mudança sempre acontece, independentemente do contexto individual de cada empresa. Manter a competitividade é fundamental para enfrentar os desafios que estão por vir”, reforçou.
Clóvis Monteiro, radialista da Rádio TUPI FM, falou sobre o poder da comunicação, elencando cinco passos para melhorar os negócios: pensar na imagem que se deseja passar da empresa; ter um objetivo claro, estratégia e disciplina; saber se relacionar com as pessoas; ter ética e empatia; e buscar a evolução pessoal e o desenvolvimento profissional.
“No meio de tanta tecnologia, o diferencial que o ser humano ainda possui é o poder de encantar as pessoas. O compromisso de encantar o outro é fundamental na vida e em qualquer negócio”, afirmou Monteiro.
Novas técnicas
O seminário ainda debateu as tendências de impressão para a indústria de panificação, com a participação de Armin Sonnenhohl, diretor comercial da empresa Duo Laser. Sonnenhohl apresentou técnicas de fabricação digital, como impressão 3D e corte e marcação a laser, destacando a vantagem de personalizar os produtos para fidelizar o cliente. “As dificuldades de aplicação de laser na panificação ainda são grandes, por conta da irregularidade das superfícies, mas a procura está crescendo”, observou.
Para Luiz Manuel, proprietário da Padaria Santa Terezinha de Ramos, o evento foi fundamental para trazer inovação. “A tecnologia mudou muito o cenário dos negócios. A panificação está precisando inovar e se reinventar para competir e se fortalecer”, frisou.
Além das palestras, o evento também ofereceu espaço para as empresas demonstrarem seus produtos e realizarem negócios.