Isaac Plactha, vice-presidente da Firjan CIRJ e presidente do Conselho de Meio Ambiente da Firjan, na abertura do eventoFoto: Marcelo Martins/Firjan
Ajudar as empresas a implementar práticas da economia circular é o objetivo da série de normas técnicas ABNT NBR ISO 59004, 59010 e 59020 lançada nesta terça-feira (15/10), pela Firjan, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Confederação Nacional da Indústria (CNI), na Casa Firjan. Durante a entrega do conjunto de documentos, especialistas debateram sobre a importância da criação das normas, os pontos principais da agenda e questões sobre rastreabilidade e ressignificação de resíduos, entre outras especificidades.
Na abertura do evento, Isaac Plachta, presidente do Conselho Empresarial de Meio Ambiente da Firjan, fez questão de destacar que a federação fluminense vem acompanhando de perto a evolução da temática da economia circular e a repercussão no setor industrial.
“A economia circular está estabelecida globalmente como uma agenda não só de sustentabilidade, mas de desenvolvimento econômico, ela afeta a forma de produção, modelos de distribuição e soluções de formas que o consumo e as alternativas para a valorização dos resíduos e dos produtos em fim da sua vida”, enfatizou, acrescentando que a Firjan participou ativamente no processo de redação das normas para obter um documento baseado na ciência, no conhecimento, na técnica e nas melhores práticas de mercado, disse o empresário, que também é vice-presidente da Firjan CIRJ.
Abaixo, assista à integra do evento:
Para Mário William Esper, presidente da ABNT, a série de normas é fundamental para o mundo todo, já que os documentos definem conceitos e princípios de economia circular, modelos de negócios e ações para transição em indicadores para mensuração e avaliação da performance circularidade pelas organizações.
“Uma das normas mais importantes é a ISO 59004, que fornece um cenário para implementação da economia circular nas organizações. Foca na criação de um sistema de gestão para economia circular, abordando governança, estratégia, métricas e engajamento”, afirmou Esper.
“As normas foram construídas não só pelo setor industrial, mas por toda a sociedade civil e pela academia”, esclareceu Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI e coordenador da CEE 323 da ABNT.
No painel que tratou dos “Modelos de negócio e indicadores de circularidade ABNT NBR ISO 59010 e ABNT NBR ISO 59020”, a especialista em Sustentabilidade da Firjan, Carolina Zoccoli, enumerou três pontos principais da agenda para evidenciar o motivo de a federação fluminense participar da construção dessa norma: atuar no estabelecimento de políticas de estímulo; ressignificar resíduos; e instrumentalizar empresas, fornecendo capacitação, suporte técnico e incentivar a transição.
A especialista também explicou que o grande diferencial na norma de economia circular é definir o escopo. “As normas vão servir para avançar na agenda dentro da organização e, para isso, é preciso ter foco. Como estamos falando de recursos materiais e energéticos, o foco definido pela 59004 é controlar esses recursos e controlar o valor, manter ou reativar ou agregar valor a esses recursos. O foco é entender o que que entra de recurso na minha organização, o que que sai de recurso e como é que o valor foi modificado dentro dessa minha participação. Isso torna claras as relações com essas outras organizações, nisso que a gente está chamando de rede de valor”, orientou.