Com o avanço tecnológico, os negócios e o mercado de trabalho estão mudando, exigindo que as empresas repensem seus modelos atuais. A quarta revolução industrial deve movimentar US$ 100 trilhões nos próximos 10 anos em todos os setores, indústrias e regiões do mundo, segundo o Fórum Econômico Mundial. Mas como aplicar essas tecnologias no ambiente corporativo? “Muitas empresas dizem que estão fazendo, mas na prática pouquíssimas estão”, afirma Maurício Moura, CEO e fundador do Ideia Big Data.
Maurício participou de um debate sobre o tema na Casa Firjan, em 06/08, ao lado de André de Carvalho, vice-diretor do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP. O evento fez parte do ciclo de palestras Aquário, que apresenta soluções inovadoras, e contou com a colaboração do Instituto Millenium.
De acordo com Moura, o principal problema para incorporar essas inovações está na cultura das empresas: “Queremos tudo a curtíssimo prazo. Precisamos aprender que nosso portfólio de inovações precisa ser de curto, médio e longo prazo. A solução inclui ainda uma abordagem disruptiva, que integre TI, negócios e cientistas de dados, e mude as formas convencionais de recrutamento, seleção e desenvolvimento”.
Em relação ao mercado de trabalho, apesar de muitas pessoas ficarem preocupadas com o desemprego nesse novo mundo tecnológico, os especialistas acreditam que hoje é possível ver que a mudança é outra. As pessoas não ficarão desempregadas, mas os empregos vão mudar, assim como já estão mudando. Um estudo realizado pela Dell Technologies aponta que 85% das profissões que existirão em 2030 ainda não existiam em 2017.
Regulação divide opiniões
A necessidade de uma regulação para tecnologias como a Inteligência Artificial ainda traz muito embate. Quem é a favor acredita que a falta de uma regulação pode trazer danos para as empresas e para a sociedade. Quem é contra afirma que regular pode limitar a inovação, reduzindo potenciais benefícios. A tese mais aceita, segundo os palestrantes, é que o ideal seria não regular a pesquisa, mas somente sua aplicação.
“Quase 20 países pequenos, como Portugal e República Tcheca, querem ser polo de solução dessa inovação para o mundo. Infelizmente o Brasil, apesar de ter um enorme potencial, ainda está muito atrás nessa revolução. Toda invenção pode beneficiar ou prejudicar a sociedade. Podemos reduzir tarefas repetitivas e arriscadas, criar novas profissões e melhorar a produtividade, permitindo fazer mais e melhor com menos esforço. Mas é necessário regular o uso com preocupação ética e social”, disse André de Carvalho.
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