À frente do Viva Rio, Rubem César Fernandes traz na bagagem um envolvimento social que atravessa décadas. Desde os anos 80, o antropólogo de Niterói se dedica à realização de campanhas para arrecadar e distribuir donativos para famílias mais vulneráveis, além de desenvolver projetos nas áreas de educação, meio ambiente, saúde e segurança humana. A partir deste mês, o Viva Rio se tornou parceiro da Firjan SESI na campanha SESI Cidadania Contra a Fome.
Em 2020, o Viva Rio também havia firmado parceria com a Firjan, por meio do projeto SOS Favela, uma rede de solidariedade criada para reduzir as consequências do isolamento social nas comunidades.
Abaixo, Rubem César conta um pouco dessa trajetória e reforça a importância da articulação entre empresas, sociedade e civil promovida pela SESI Cidadania Contra a Fome.
1) O Viva Rio é uma organização que busca soluções para enfrentar os tantos problemas sociais do Rio de Janeiro. Você pode compartilhar alguns números e ações que mostram o impacto dessa atuação ao longo das duas últimas décadas?
O Viva Rio surgiu em momento propício, no início do desabrochar das democracias na América Latina, durante os esforços de afirmação da cidadania em todo o país. Sempre optou pelo trabalho no interior das comunidades mais vulneráveis, aquelas que são expostas à pobreza, aos poderes paralelos e à violência armada, e definiu-se como organização sem fins lucrativos. Foi assim desde os primeiros anos de vida com os trabalhos da Casa da Paz em Vigário Geral, a Fábrica de Esperança em Acari, e o Balcão de Direitos nas favelas da Rocinha e Maré. Articulou projetos e iniciativas em distintos segmentos como educação, meio ambiente, segurança humana, saúde, entre outros, sempre junto aos setores mais vulneráveis da sociedade.
Nesses 28 anos de existência, milhares de jovens foram encaminhados para o mercado de trabalho através do projeto Jovem Aprendiz; mais de 20 áreas de conservação ambiental foram protegidas; campanhas pelo controle de armas foram articuladas resultando na destruição de mais de 500 mil armas de fogo; e mesmo na área de saúde, em parceria com o poder público, o Viva Rio conseguiu ultrapassar mais de 34 milhões de atendimentos.
2) Considerando a sua experiência em trabalhos de inclusão e solução de problemas nas comunidades e áreas mais vulneráveis, qual é a importância da articulação da sociedade civil e empresas para ajudar quem precisa nesse momento de crise?
Em um cenário de pandemia descontrolada, com grande parte da população sem renda e enfrentando a fome, somente a articulação entre a sociedade civil, empresas e poder público pode reverter esse quadro de sofrimento.
Nesse sentido, a campanha Sesi Cidadania Contra a Fome é um passo importante. Além de chamar o empresariado e o poder público para a ação, desperta entre a sociedade civil o sentimento de solidariedade. A doação e o engajamento são fundamentais. A campanha vai crescer na medida dos recursos disponíveis.
3) O Viva Rio foi parceiro da Firjan no programa Resiliência Produtiva e agora vai apoiar a campanha SESI Cidadania Contra a Fome. Em sua visão, qual o impacto que essa mobilização pode gerar e por que é fundamental que as pessoas se sensibilizem nesse momento?
Propomos uma agenda que seja capaz de salvar vidas e controlar a disseminação do SARS COV-2. A pandemia destrói vidas numa velocidade alucinante. O acesso à vacina está próximo, mas a espera é uma tragédia. O tempo desta travessia é conhecido, questão de meses, mas o caminho a percorrer é duríssimo, exige o máximo de nós. Todos os esforços terão que ser direcionados para sensibilizar as pessoas e salvar vidas
4) Enfrentamos uma crise global sem precedentes. Qual mensagem de esperança você deixa para que passemos por essa travessia?
O Rio de Janeiro há de encarar esta doença com força. Juntar lideranças comunitárias, empresariais, artísticas, científicas, religiosas, e profissionais de saúde, para resistir e vencer.
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