A nova edição do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) aponta que os municípios do Paraná encerraram 2024 com uma boa situação fiscal. O IFGF médio do estado alcançou 0,7910 ponto — 21,1% acima da média nacional (0,6531 ponto). Das cidades analisadas, 344 (93,5% do total) terminaram o ano com situação fiscal boa ou excelente. Apenas 23 municípios (6,3%) encerraram 2024 em situação difícil e apenas um, Campo Magro, apresentou quadro crítico.
“É fundamental considerarmos que o cenário está melhor por conta dos resultados econômicos de 2024 e de maior repasse de recursos, mas que isso pode não se repetir em outros momentos. Também é importante frisar que, mesmo com maior folga fiscal, continuamos com uma parcela significativa de cidades em situação desfavorável, evidenciando desigualdades históricas e mantendo o Brasil longe de patamar elevado de desenvolvimento”, destaca o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
Com base em dados declarados pelas prefeituras, o IFGF analisa as contas de 5.129 municípios brasileiros e é composto pelos indicadores de Autonomia, Gastos com Pessoal, Investimentos e Liquidez. Após a análise de cada um deles, a situação das cidades é considerada crítica (resultados inferiores a 0,4 ponto), em dificuldade (resultados entre 0,4 e 0,6 ponto), boa (resultados entre 0,6 e 0,8 ponto) ou de excelência (resultados superiores a 0,8 ponto). No Paraná, foram avaliadas as contas de 368 prefeituras, que representam 93,9% da população estadual.
Na análise por indicadores, os municípios paranaenses apresentaram bom desempenho em todos os resultados. O IFGF Autonomia registrou 0,6900 ponto, acima da média nacional (0,4403). Esse foi o indicador com desempenho mais baixo no estado. Já o IFGF Gastos com Pessoal alcançou 0,8702 ponto, revelando excelente flexibilidade orçamentária e baixo peso da folha de pagamentos no orçamento público. O indicador Liquidez registrou 0,7932 ponto, e o IFGF Investimentos, 0,8105 ponto — ambos também acima das médias nacionais.
A capital, Curitiba, terminou 2024 com IFGF Geral de 0,8499 ponto (excelente gestão), com notas máximas em Autonomia, Gastos com Pessoal e Liquidez. No entanto, o município – 10º colocado entre as capitais brasileiras – apresentou nível crítico em Investimentos (0,3994 ponto), registrando a 5ª pior nota das capitais nesse indicador.
O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, reforça que, diante do quadro geral apresentado pelo IFGF, reformas são essenciais para tornar a gestão municipal mais eficiente para o desenvolvimento do país. “Entre os principais pontos que precisam ser considerados estão os critérios de distribuição de recursos, que necessitam de revisão para incluir regras que estimulem os gestores públicos a ampliarem a arrecadação local e que garantam qualidade no gasto público. A reforma administrativa para permitir a flexibilização do orçamento e a otimização das despesas de pessoal também é uma questão de extrema importância, além de outras que destacamos no estudo”, diz Goulart.