Destaques

De forma objetiva, acesse abaixo a análise dos principais resultados do IFDM para o país:

IFDM CE - Maioria dos municípios cearenses têm baixo desenvolvimento, mas estado se destaca no Nordeste

Atualizado em: 07/05/2025 16:38
Eusébio lidera o Nordeste; Sobral é o terceiro. Fortaleza também apresenta desempenho acima da média regional. Quase 71% da população do estado vive em cidades com desenvolvimento moderado ou alto — proporção acima da média nordestina

O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) revela que, embora 60,3% dos municípios cearenses estejam na faixa de desenvolvimento socioeconômico baixo, o estado apresenta desempenho mais favorável que a média do Nordeste. Outros 38,6% das cidades do Ceará foram classificadas com desenvolvimento moderado e 1,1% alcançaram grau alto. Nenhuma cidade foi classificada como de desenvolvimento crítico. Elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados oficiais referentes ao ano de 2023, esta edição do IFDM analisou 5.550 municípios brasileiros, que respondem por 99,96% da população.

“É inadmissível que ainda hoje, apesar da melhoria nos últimos anos, a gente tenha um Brasil tão desigual. Através do IFDM conseguimos chamar a atenção para a situação crítica de muitas cidades, que nem sequer têm quantidade razoável de médicos para atender a população, em que a diversidade econômica é tão baixa que sete em cada dez empregos formais são na administração pública. Nossos cálculos indicam que as cidades críticas têm, em média, mais de duas décadas de atraso em relação às mais desenvolvidas do país. É como se parte dos brasileiros ainda estivesse vivendo no século passado”, ressalta o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Criado em 2008 e atualizado neste ano com nova metodologia, o estudo é composto pelos indicadores de Emprego & Renda, Saúde e Educação e varia de 0 a 1 ponto, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o desenvolvimento socioeconômico. Através dessa pontuação, é possível avaliar o município de forma geral e específica em cada um dos indicadores. Tanto a avaliação geral quanto as análises dos indicadores são classificadas em quatro conceitos: entre 0 e 0,4 – desenvolvimento crítico / entre 0,4 e 0,6 – desenvolvimento baixo / entre 0,6 e 0,8 – desenvolvimento moderado / entre 0,8 e 1 – desenvolvimento alto. O estudo permite, ainda, avaliação absoluta por município e ano e comparações entre cidades e anos anteriores.

O Ceará tem dois destaques entre os três municípios mais desenvolvidos do Nordeste: Eusébio ocupa a primeira colocação regional, e Sobral, a terceira — atrás apenas de Fernando de Noronha (PE). Ambos atingiram grau de desenvolvimento alto e figuram entre os 500 melhores IFDMs do Brasil. Além disso, Fortaleza também apresentou bom desempenho, com destaque em Emprego & Renda, e integra os dez melhores do estado desde o início da nova série histórica do IFDM, em 2013, junto com Maracanaú e São Gonçalo do Amarante.

No outro extremo do ranking, os três municípios cearenses com os menores índices de desenvolvimento são Quixelô, Ipaumirim e Lavras de Mangabeira. Todos apresentaram nível crítico em Emprego & Renda e baixo em Saúde, ainda que tenham mantido desenvolvimento moderado em Educação — o que contribuiu para que o estado não tenha nenhum representante entre os 500 piores IFDMs do país. Entre os dez últimos municípios do estado, Tururu se destacou negativamente: caiu da 54ª para a 181ª colocação no ranking estadual em uma década. Foi também o município que menos avançou em Educação (+47,7%), teve evolução mínima em Saúde (+5,5%) e regrediu em Emprego & Renda (-21,5%).

A análise mostra que, em dez anos, o IFDM médio cearense apresentou evolução significativa: passou de 0,4051 para 0,5917 — um crescimento de 46,1%. Esse avanço foi impulsionado principalmente pela Educação, que teve alta de 70,7%, seguida por Saúde (+39,1%) e Emprego & Renda (+22,4%). Todos os municípios cearenses evoluíram frente a 2013.