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De forma objetiva, acesse abaixo a análise dos principais resultados do IFDM para o país:

IFDM 2018 - RJ - FIRJAN: crise econômica afeta 56% dos municípios do Sul e Centro-Sul Fluminense

Regiões têm três cidades entre as dez mais desenvolvidas do estado, segundo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Ao todo, 14 das 25 cidades recuaram em 2016, em comparação a 2015

A crise econômica, que teve início em 2014 e causou forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico das cidades brasileiras retrocedesse três anos. É o que aponta o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM), divulgado pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) com base em dados oficiais de 2016, últimos disponíveis. A crise se manifestou fortemente no Sul e Centro-Sul Fluminense e 56% dos municípios regrediram na comparação com o ano anterior. Das 25 cidades das regiões, todas estão com conceito moderado e nenhuma foi classificada como alto desenvolvimento. Piraí, Volta Redonda e Resende estão entre as 10 mais desenvolvidas do estado. A última colocada no ranking regional com menor desenvolvimento foi Quatis.

O índice monitora todas as cidades brasileiras e a avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1 maior o seu desenvolvimento. Cada uma delas é classificada em uma das quatro categorias do estudo: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1). São acompanhadas as áreas de Emprego e Renda, Saúde e Educação e avaliadas conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal: manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda, Educação Infantil e Fundamental, e atenção básica em saúde. O IFDM avaliou 5.471 cidades. As novas, para as quais ainda não há dados, e aquelas com ausência, insuficiência ou inconsistência de informações, não foram analisadas.

Das 10 melhores cidades no ranking fluminense, seis retrocederam. Uma delas foi o Rio de Janeiro, que caiu de 5º lugar para 11º lugar na lista das capitais na comparação do período pré-crise (2013) com 2016, por conta, principalmente, de Emprego e Renda. Como reflexo, quatro municípios do Sul e Centro-Sul Fluminense tinham alto desenvolvimento e hoje são classificadas com desenvolvimento moderado: Piraí, Porto Real, Resende e Volta Redonda. Apesar do cenário, as regiões tiveram nota média 3,9% superior à do estado. Na análise das vertentes, as regiões também se destacam: Emprego e Renda (+5,1%), Saúde (+5,1%) e Educação (+2,0%).

Piraí, que ocupa o terceiro lugar entre os dez municípios mais bem avaliados do Rio de Janeiro, foi a única entre as dez melhores do estado que evoluiu nas três áreas de desenvolvimento e teve o maior avanço em Emprego e Renda em 2016, na comparação com 2015. No ranking regional, Sapucaia e Valença também apresentaram crescimento em todas as vertentes. Volta Redonda, quarta colocada no Top 10 fluminense, retrocedeu (-0,4%) frente a 2015 e se coloca mais distante do alto desenvolvimento alcançado entre 2010 e 2014.

A cidade com pior colocação nas regiões Sul e Centro-Sul Fluminense é Quatis (-4,1%), seguido de São José do Vale do Rio Preto (0,7%), Rio Claro (-1,3%) e Engenheiro Paulo de Frontin (+10,8%). Sapucaia (+11,5%) e Engenheiro Paulo de Frontin (+10,8%) foram as que mais evoluíram no IFDM Geral em razão do crescimento da variável de renda.

No IFDM Geral, 95,7% das cidades fluminenses apresentaram desenvolvimento moderado, 2,2%, regular, e nenhuma baixo desenvolvimento. Nas vertentes Saúde e Educação, 52,2% dos municípios foram classificados como alto desenvolvimento.

Mercado de trabalho encolheu em quase 60% das cidades brasileiras

Em relação à totalidade das cidades brasileiras, o estudo mostra que, na comparação com 2015, Educação e Saúde em todo o país tiveram o menor avanço da última década. Nesta edição, o IFDM Brasil atingiu 0,6678 ponto – abaixo do nível observado em 2013. No resultado geral, que inclui a média das notas dos três indicadores (Emprego e Renda, Saúde e Educação) só 431 municípios (7,9%) tiveram alto desenvolvimento.

Em Emprego e Renda, o IFDM destaca que, entre 2015 e 2016, foram fechados quase 3 milhões de postos de trabalho formais no país. Em 2016, quase 60% das cidades brasileiras fecharam postos de trabalho. Com isso, o indicador de Emprego e Renda do estudo registrou 0,4664 ponto, com pequena recuperação com relação a 2015 (0,4336). O movimento é explicado pelo aumento no rendimento real do trabalhador formal, em parte por conta da política de reajuste do salário mínimo.

Louveira (SP) foi a cidade melhor avaliada de todo o país (0,9006). O segundo e terceiro lugares no ranking nacional ficaram também com cidades paulistas: Olímpia e Estrela do Norte, que avançou 13,4% no IFDM Emprego e Renda graças a aberturas de novos postos de trabalho.

Só cinco cidades alcançaram alto desenvolvimento nesse indicador: São Bento do Norte (RN), Capanema (PR), Telêmaco Borba (PR), Selvíria (MS) e Cristalina (GO). Foi o pior resultado da série histórica. O estudo destaca que a crise foi tão severa que mesmo que o IFDM Emprego e Renda cresça nos próximos anos com variação média de 1,5%, o país só alcançará o nível de 2013 em 2027. A recessão custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos municípios.

O estudo revela que o país mantém enormes disparidades regionais: o Sul é a região mais desenvolvida, tendo 98,8% de cidades com desenvolvimento alto ou moderado. O Sudeste e o Centro-Oeste têm perfil semelhante. Já Norte e Nordeste têm, respectivamente, 60,2% e 50,1% dos municípios com desenvolvimento regular ou baixo. Florianópolis, com 0,8584, ocupa o primeiro lugar entre as capitais. No último lugar do ranking, com 0,3214, está Ipixuna, no Amazonas.

Desafios em Saúde e Educação continuam grandes

Nesta edição o IFDM Saúde teve o menor avanço da última década (1,6%). Entre as variáveis que compõem esse indicador, a que mais precisa se desenvolver é a de percentual de gestantes com sete ou mais consultas pré-natal, o recomendado pelo Ministério da Saúde. Em 2016, um terço (32,2%) delas não tiveram a quantidade mínima de consultas. A perspectiva não é positiva: caso a cobertura evolua na taxa média dos últimos três anos a universalização só será atingida em 2029.

O IFDM Educação também progrediu lentamente: foi o menor avanço da última década (0,6%): os indicadores que compõem esse quesito continuam longe das metas definidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). A meta de universalizar a educação infantil na pré-escola, por exemplo, que deveria ter sido atingida em 2016, só deve ser alcançada em 2035 caso a taxa de crescimento permaneça em 1,2%.

Para o Sistema FIRJAN, políticas macroeconômicas para o equilíbrio fiscal e gestão eficiente dos recursos públicos são essenciais para que as cidades se recuperem e atinjam nível de desenvolvimento que atenda às necessidades dos brasileiros.