Produtos inovadores, que unem a indústria cervejeira e a de pães, estão sendo desenvolvidos na Firjan SENAI Tijuca. Um deles é a cerveja Weizenbock (de trigo, estilo bock), feita a partir de farelo proveniente de resíduo das indústrias de panificação. As novidades estão sendo apresentadas no Mondial de La Bière (Píer Mauá, 5 a 9/09). A produção colaborativa da bebida faz parte de projeto recém-lançado pela federação para desenvolver o setor cervejeiro fluminense.
Durante o evento, os vistantes do estande da Firjan SENAI poderão, além de conhecer os produtos, ganhar descontos em inscrições de cursos da escola de Alimentos e Bebidas da entidade. Quem se inscrever no curso de Tecnologia Cervejeira terá um abatimento de 10%; já para os cursos de Análise Sensorial e Técnicas de Lupulagem, a redução é de 25%.
A ideia é lançar em 2018 no mínimo três rótulos que envolvam diferentes setores trabalhando juntos. Entre as cervejarias participantes, estão a Esplêndido e a Suburbana. “Temos vários serviços, que vão da educação profissional à prestação de serviços laboratoriais e consultorias voltadas para a melhoria do processo e do produto. O projeto foi criado para dar suporte às micro e pequenas cervejarias”, destaca José Gonçalves Antunes, especialista setorial de Bebidas da Firjan.
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Estande no Mondial de la Biére apresentou duas cervejas colaborativas | Foto: Vinícius Magalhães |
“A gente ficou muito feliz com o convite da Firjan SENAI para participar desse projeto de cerveja colaborativa, que será apresentada no Mondial de la Bièrre. Afinal, é uma escola de referência, que forma muitos cervejeiros, e por todo o apoio tecnológico e o conhecimento que os profissionais da escola possuem”, diz Marcos Peixoto, da Suburbana.
A cerveja Weizenbock foi escolhida, segundo Gonçalves, por ser um estilo pouco explorado no Brasil e tradicional na Alemanha: “São cervejas escuras, encorpadas, de teor alcoólico médio-alto, que mesclam o paladar de banana e cravo com os de malte e pão tostado, daí o uso do farelo na composição”.
Já com a Suburbana foi produzida uma Gose, retomando uma antiga tradição alemã, a de produzir uma bebida que não segue a lei da pureza e leva sal marinho e coentro como matérias-primas.
Luta contra o desperdício
Mariana Boynard, cervejeira e administradora da Esplêndido, pensa que o mais importante do projeto é a luta contra o desperdício. “Estamos criando uma receita nova usando resíduos de outro setor. Essa ideia agrega valor a todos os envolvidos”, afirma.
Além da produção da cerveja, será feito, em contrapartida, um pão com bagaço de malte, retroalimentando a indústria panificadora com um resíduo da cervejaria. “A ideia de usar resíduos mutuamente para fazer produtos novos nos ajuda a diminuir nosso desperdício e ainda cria novo modelo de negócio sustentável”, observa Fernanda Hipólito, proprietária da Panificação Flor da Tijuca e presidente do Rio+Pão.
A inciativa está inserida dentro do conceito de convergência setorial, que a federação vem trabalhando. A premissa é encontrar soluções e sinergias entre setores diferentes, ajudando a criar novos modelos de negócios, produtos ou processos.
Reportagem no canal digital Viva a Transformação, do Globo, mostra como microcervejarias estão desenvolvendo produtos inovadores em parceria com a Firjan SENAI.